Dilma trouxe o assunto à tona um ano depois de ter defendido a reforma política, em uma resposta às manifestações populares de junho de 2013. Em julho do ano passado, o PT chegou a encaminhar ao Senado o Projeto de Decreto Legislativo 1.258/13, estabelecendo o plebiscito, mas o texto não avançou e desde setembro aguarda parecer na Comissão de Finanças e Tributação (CFT). No projeto, o Palácio do Planalto sugeriu que fossem discutidos no plebiscito o sistema de votação para o Legislativo (proporcional com lista fechada ou aberta, distrital ou majoritário), o formato do financiamento das campanhas eleitorais (público, privado ou misto), a permissão de coligações partidárias na disputa para câmaras municipais, assembleias legislativas e Câmara dos Deputados, votações secretas no Parlamento e o modo de definição dos suplentes de senadores.
Mas a alteração das regras políticas do país depende exclusivamente do Congresso.
Um dos projetos, o PLS 266/11, foi incluído na pauta de hoje do Senado. Trata da fidelidade partidária, com perda de mandato dos políticos que deixarem os partidos pelos quais foram eleitos. A exceção é se houve incorporação ou fusão da legenda, desvio do programa partidário ou grave discriminação pessoal. O texto foi apresentado há quatro anos e já esteve na pauta de 29 reuniões ordinárias, mas ao final sempre foi transferido para a sessão seguinte.
MCCE Com o apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e outras 95 entidades, quem também tenta levar a discussão da reforma política para o Congresso Nacional é o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) – grupo que garantiu a aprovação da Lei da Ficha Limpa, adotada pela primeira vez nas eleições de 2012. No site do MCCE, o internauta tem acesso ao formulário para aderir à campanha.
Para apresentar um projeto são necessárias 1,5 milhão de assinaturas de eleitores. O MCCE tenta trazer mudar as regras para campanhas políticas, como fim do financiamento privado – exceto de pessoas físicas, limitado a R$ 700 –, eleições proporcionais em dois turnos, paridade de gênero nas listas de candidatos e fortalecimento dos mecanismos de participação popular direta, como plebiscito e referendo. A proposta já recebeu mais de 500 mil assinaturas.
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