"Nós recebemos isso com surpresa, porque não acreditamos que tenha acontecido. Achamos que por isso mesmo não temos nenhum medo de investigações, que devem prosseguir. Nós não estamos absolutamente convencidos de que esse fato tenha ocorrido. Não sabemos porque surgiu (a denúncia) e, por isso, achamos importante que haja apuração com rigor", disse.
Na semana passada, reportagem revelou trecho da delação premiada de Costa ao Ministério Público Federal, no qual o ex-diretor da Petrobras afirma ter intermediado o pagamento de R$ 20 milhões para o caixa 2 de campanha de Campos, em 2010. Na época, ele disputou a recondução ao governo de Pernambuco e obteve 80% dos votos. Segundo Costa, o operador da transação foi o ex-ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra, eleito senador pelo PSB de Pernambuco e ex-braço direito de Campos, morto em acidente aéreo neste ano.
Siqueira afirmou que nenhuma campanha de Campos custou R$ 20 milhões. Em 2010, a campanha custou cerca de R$ 13,8 milhões, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
CPI
O presidente do PSB disse que não poderia "dizer de forma taxativa" se o partido apoiaria a continuidade da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) aberta no Senado para apurar irregularidades envolvendo a Petrobras e partidos políticos. O esquema de financiamento de partidos políticos por meio de pagamentos regulares a partir do repasse de dinheiro de fornecedores contratados pela estatal pode envolver cerca de R$ 10 bilhões, conforme estimativa informal a partir das delações de Costa e do doleiro Alberto Youssef, presos pela Lava Jato.
Siqueira se reúne com a bancada eleita na Câmara e no Senado na próxima semana e deve colocar o tema em pauta. Com o ano legislativo chegando ao fim, a continuidade da investigação do Congresso exige que seja instalada uma nova CPI em 2015. "A trajetória do PSB nunca procurou encobrir absolutamente nada. Se houver necessidade de uma nova CPI, de aprofundar essa investigação, nós estaremos juntos como estivemos desde a instalação (da atual CPI)", disse.
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