O PT já reagiu. Na reunião de ontem na comissão, o relator da proposta, deputado André Quintão (PT), apresentou parecer pela rejeição da PEC. O petista alegou que o ciclo orçamentário é regulado pela Constituição Federal e, como o Congresso Nacional não aprovou o orçamento impositivo, isso não poderia ser feito em Minas sob pena de a regra ser considerada inconstitucional.
“Além da questão jurídica, hoje as emendas são de R$ 1,5 milhão e a PEC passa para R$ 7,5 milhões quando não houve esse acréscimo ao orçamento.
A comissão que colocou o projeto apresentado no fim do ano passado para andar é presidida pelo deputado Duarte Bechir (PSD), um dos governistas mais aguerridos nos embates com a atual oposição. Outro integrante da linha de frente do grupo alinhado com o governador Alberto Pinto Coelho (PP) e seus antecessores Aécio Neves e Antonio Anastasia, o deputado Agostinho Patrus Filho (PV), se incumbiu de pedir vista do parecer de André Quintão. Agostinho Patrus adiantou que a intenção é aprovar a PEC e alegou que se trata de um desejo antigo da Casa.
“Essa PEC entrou em 2013 apresentada por um deputado da base, colocamos agora porque a Casa está retomando os trabalhos mais efetivos depois da eleição”, afirmou o deputado. Agostinho Patrus negou que o empenho da base em aprovar o orçamento impositivo seja em razão do fim do governo, para garantir verba para a futura oposição. “Não vejo assim, para mim é um instrumento para garantir a independência do Parlamento”, afirmou. O valor, para ele, também é possível de ser aplicado. “Estamos falando de 1,2% da receita”, disse. O parecer sobre a PEC será apreciado na comissão com maioria governista, mas Agostinho Patrus adiantou que, mesmo que ele seja aprovado, o que vai a votação em plenário é o projeto. “O plenário vai dirimir essa dúvida”, afirmou.
Para este ano, como fazem todo fim de ano, os deputados estaduais pleitearam mais uma vez sem sucesso ao Executivo ampliar a cota de emendas individuais de R$ 1,5 milhão. O estado na atual administração tem alegado não ter caixa para reajustar a cota.
TRANSIÇÃO No fim da tarde, os líderes partidários se reuniram com o presidente da Assembleia, deputado Dinis Pinheiro (PP), para trabalhar uma agenda mínima para o fim do ano. Sem votar nada desde o início do período eleitoral, os parlamentares precisam destrancar uma pauta bloqueada por nove vetos. “Foi colocada a necessidade de fazermos um esforço concentrado na semana que vem para tentar liberar a pauta”, afirmou o líder da maioria, deputado Gustavo Valadares (PSDB).
Segundo o tucano, a PEC 69, que efetiva de novo sem concurso público os designados da educação mineira, permanece na pauta apesar de ser polêmica. A proposta desagrada o PT, que entende que criar uma legislação semelhante à que o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou em março deste ano seria incidir no mesmo erro da Lei Complementar 100/07. Houve consenso também para votar o fim da reeleição na Mesa Diretora.
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