Com o resultado das urnas nas mãos, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, pretende acelerar a discussão com outras legendas com intuito de incorporá-las ao partido. Em entrevista nesta quarta-feira, o dirigente afirmou que poderá se juntar a outras legendas desde que não perca a sigla do PDT. Em razão disso, ele descartou a possibilidade de fusão, processo em que dois ou mais partidos se unem para formar um novo, com outro nome.
Segundo ele, há conversas com outras três legendas "menores". Lupi não quis, entretanto, indicar os nomes delas "para não atrapalhar o processo de negociação". "Tivemos pouco antes do processo eleitoral algumas conversas com partidos que têm uma linha de pensamento próxima da gente. Com o processo eleitoral, parou e não teve uma movimentação concreta. Mas, provavelmente entre o final deste ano e início do próximo, vou retomar essas conversas", ressaltou.
Paralelo ao processo de incorporação, Lupi diz que o partido, que elegeu 19 deputados e quatro senadores, tem discutido a composição de blocos no Congresso. O objetivo é ampliar a bancada para até 40 deputados federais e disputar cargos estratégicos como presidência de comissão e relatoria de projetos.
Febre temporal
Integrante da base aliada da presidente Dilma Rousseff, Carlos Lupi minimizou a derrota sofrida pela petista no Congresso Nacional, dois dias após a reeleição dela nas urnas. Na sessão de ontem à noite, a maioria dos deputados votou pela derrubada do decreto presidencial que previa a criação da Política Nacional de Participação Social, uma das principais bandeiras do governo neste ano.
"Essa questão de resultado eleitoral dura o tempo de uma febre temporal. Ainda estamos no calor de uma disputa acirrada com muitas feridas para serem cicatrizadas. E nessa hora, os parlamentares que perderam a eleição sempre têm que buscar um culpado e se vingam votando contra as iniciativas do governo. Penso que a presidente deu uma sinalização muito importante para a sociedade dizendo que quer fazer um governo de conciliação", ressaltou.
Para o dirigente, o desdobramento das investigações em torno dos possíveis desvios na Petrobras também não devem "contaminar" o início do novo governo Dilma. "Acho que não, porque não é um tema novo. Já foi bastante explorado na eleição", afirmou Lupi.
Segundo ele, caso haja necessidade da criação de uma nova CPI, o partido ajudará na coleta de assinaturas necessárias. "Temos que investigar e aqueles que cometeram erros, corrupção, têm que ser punidos exemplarmente. Mas acredito que toda denúncia tem que ser primeiro apurada. Acho que a gente está vivendo hoje um momento que me deixa um pouco perplexo. Pessoas pegam uma denúncia e a transformam num fato real. Qualquer denúncia que aparece hoje, em qualquer veiculo de comunicação, passa a ser um veredicto e não é".
A reprise da entrevista está disponível em seu terminal Broadcast+ na Broadcast TV e no Broadcast Político, na seção mais vídeos.