Os atuais e futuros deputados estaduais da base do petista – além do PT, estão na aliança PMDB, PROS, PRB e PCdoB – se reuniram ontem no Edifício Tiradentes para conversar sobre a linha de atuação até o fim do ano. Foi colocado que a atual pauta só contempla a base de Pinto Coelho e pode criar problemas para a gestão Pimentel. A PEC que torna obrigatória a execução das emendas é problemática, pois, além de criar uma imposição de pagamento, aumenta a cota por deputado de R$ 1,5 milhão para R$ 7,5 milhões.
Já a PEC 69, que efetiva de novo sem concurso público os designados da educação, segundo a oposição, pode prejudicar o funcionamento das escolas.
“Temos a disposição de criar uma pauta de consenso para os próximos dois meses para que a Casa possa caminhar e atender aos interesses do atual e do futuro governo. Caso contrário, a intenção é atuar fazendo obstrução”, afirmou o líder do bloco oposicionista, deputado Ulysses Gomes (PT). Segundo ele, caso essas duas PECs não sejam esquecidas, “a Assembleia não vai fazer nada daqui para frente”.
inatividade Sobre o valor e a obrigatoriedade do pagamento das emendas, o líder da oposição disse que a base teve 12 anos e não fez nada. Ainda segundo Ulysses Gomes, o Congresso Nacional não tornou lei texto semelhante, o que inviabiliza uma regra estadual. Relator da PEC que apresentou parecer pela rejeição, André Quintão (PT) acrescentou que o orçamento impositivo aprovado em Rondônia foi derrubado pelo STF. Quintão e o presidente da comissão especial, Duarte Bechir (PSD), conversam na semana que vem para decidir a votação do relatório.
Já a reefetivação dos educadores, segundo Ulysses Gomes, não é a melhor solução. A oposição defende que sejam feitos concursos públicos sob pena de inviabilizar o andamento das escolas a partir de abril do ano que vem. “Não dá para enganar de novo essas pessoas e a responsabilidade vai cair no colo do Pimentel”, afirmou. Ele garantiu que a oposição está disposta a arcar com o ônus da decisão.
Já os governistas continuam defendendo a permanência das duas propostas na pauta.
Da parte do governo, o trabalho é para votar os nove vetos que trancam a pauta e projetos de suplementação ao orçamento deste ano, além da proposta referente a 2015. Porém, com a inversão de papéis na casa, o líder do governo parece não estar tão preocupado. Questionado sobre a ameaça da oposição de obstruir os trabalhos na Casa, disparou: “Aí quem vai precisar do orçamento do ano que vem são eles, não somos nós”.
Como acontece desde o início do período eleitoral, poucos deputados apareceram ontem no plenário, o que levou ao encerramento da reunião. Na terça-feira, o colégio de líderes se reúne para tentar um acordo para a discussão de uma agenda de votações até dezembro.
Poucos deputados apareceram nessa quarta-feira no plenário, que tem a pauta travada por vetos do governo.