O levantamento foi feito a partir de informações fornecidas pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), que cruzou dados sobre quem recebeu menos de 10 votos e teve gastos de campanha inferiores a R$ 2 mil. Entre os investigados estão servidores federais, estaduais e municipais. Alguns foram registrados como servidores públicos, mas não informaram sua esfera de atuação. Os suspeitos serão investigados pelo Ministério Público Federal caso sejam servidores federais, e pelo Ministério Público Estadual no caso de funcionários estaduais e municipais.
Dos candidatos a vereador investigados, 379 não receberam nenhum voto nas urnas e 181 receberam um único voto. O município que mais apresentou candidatos servidores suspeitos foi São Romão, seguido de Pintópolis, Indaiabira, Cachoeira do Pajeú e Setubinha.
“Essa correlação, por si só, já aponta para uma situação de anormalidade”, afirmou o procurador Regional Eleitoral Patrick Salgado Martins. “Se, ao final das investigações, ficar comprovado que tais servidores inscreveram-se como candidatos apenas para usufruir do afastamento remunerado de três meses a que fazem jus por força de lei, sem que tenham feito qualquer campanha eleitoral efetiva em prol de sua candidatura, eles poderão responder por ato de improbidade administrativa”, avisou.
O procurador eleitoral explicou ainda que o recebimento do salário sem a correspondente prestação do serviço, muito menos sem o cumprimento da finalidade de que se originou o afastamento, pode configurar “enriquecimento ilícito, que é uma das causas de improbidade administrativa”..