Numa reunião no Palácio do Planalto, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, optou pela cautela ao falar com o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). “A preocupação que ele revelou foi com a questão do final do ano, com questões fiscais que preocupam muito”, explicou Alves. Segundo ele, no encontro, qualificado como “respeitoso”, Mercadante apenas pediu para que fosse informado sobre as pautas que a Casa votará. “Fiquei de remeter alguns pleitos que estão aqui, apenas isso”, completou.
Uma das prioridades de Alves, que deixa a presidência da Câmara em fevereiro do próximo ano, é votar a proposta de emenda à Constituição (PEC) que ficou conhecida como PEC do Orçamento Impositivo. “Há um destaque supressivo em relação a saúde, que parte da oposição quer alterar. A matéria voltará ao Senado e vou conversar com a oposição para ver se chegamos a um entendimento. Quero ver se consigo manter o texto do Senado”, antecipou.
Na pauta indicada por Henrique Alves, antes do fim do processo eleitoral, ainda estavam propostas elencadas como prioritárias pelos líderes partidários, como a PEC 555/06 que acaba com a contribuição previdenciária de inativos, e a PEC 426/14 que aumenta os repasses da União ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
“Eu fiquei de relacionar do ponto de vista institucional.
Henrique Alves lembrou que Mercadante já foi senador e conhece as pressões na Casa, mas destacou que não será irresponsável em relação aos impactos que as matérias podem produzir sobre os cofres públicos.
Depois do encontro, Alves ainda classificou como “preocupante” e “surpreendente” a elevação da taxa básica de juros da economia, a Selic, anunciada nesta quarta-feira pelo Banco Central. Ele ponderou que “o governo tem os dados, tem os números para fazer esse tipo de ordenamento”. Pela primeira vez em seis meses, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar a taxa para 11,25% ao ano, chegando ao maior nível desde novembro de 2011, quando estava em 11,5% ao ano.
Com Agência Brasil.