Brasília – A exemplo do primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2003, quando o então presidente indicou Luiz Fernando Furlan para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Roberto Rodrigues para a Agricultura e Márcio Thomaz Bastos para a Justiça, a presidente Dilma Rousseff (PT) também pretende indicar nomes representativos para a futura Esplanada, com peso para se tornarem interlocutores fortes com os segmentos que representam.
Essa estratégia funcionaria também para outras áreas do governo e justificaria, por exemplo, a nomeação de Josué Gomes, filho do ex-presidente José Alencar, para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior(Mdic). Dilma já convidara Josué, este ano, para a pasta. Ele recusou, assim como o ex-presidente do Pão de Açúcar Abílio Diniz.
Não foi desdém de Josué. Ele optou por disputar o senado mineiro pelo PMDB. Foi derrotado pelo ex-governador de Minas Gerais Antonio Anastasia (PSDB), mas surpreendeu, com uma votação de 30% dos votos válidos em sua primeira incursão na carreira política. “Ele fez certo, ganhou musculatura e prestígio para ter um papel de destaque no novo governo”, disse um integrante da campanha de Dilma Rousseff.
Se a presidente escolher Josué Gomes pelo critério da representatividade, a mesma razão será usada por interlocutores palacianos para justificar a manutenção de Guilherme Afif Domingos (PSD) no Ministério da Micro e Pequena Empresa. Integrantes do PSD e do governo admitem que a presidente está fascinada pelo trabalho do ministro, que causou estranheza ao assumir o cargo e concordar em dividir as atribuições da Esplanada com o posto de vice-governador de São Paulo.
Afif, contudo, é um militante clássico e histórico das causas dos micro e pequenos empreendedores. A presidente ficou ainda mais agradecida pelo trabalho recente desenvolvido por ele, que permite criar uma “rampa” – uma espécie de transição – para que o microempreendedor continue a crescer e não tenha medo de ultrapassar a barreira de arrecadação de tributos do Simples para os outros sistemas. Com isso, ele passaria a pagar uma alíquota maior do que a atual, mas ainda inferior à recolhida pelos grandes empresários. A proposta foi usada pela presidente na campanha para atrair os votos do setor.
PSD
Ao se tornar praticamente intocável, mais pelo seu papel e menos pela indicação partidária, Afif abre espaço para o convite ao ex-prefeito de São Paulo e presidente do PSD, Gilberto Kassab, sem que isso desequilibre a correlação de forças dos aliados no primeiro escalão federal. Interlocutores de Kassab lembram que ele colocou o futuro político em risco ao negociar o apoio a Dilma Rousseff no plano nacional.
Parte da legenda defendia uma aliança com o tucano Aécio Neves, já que o próprio Kassab manteve as negociações para uma coligação com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo. “Para Dilma, o convite a Kassab daria ainda mais estofo para o governo, já que, além de presidente de uma legenda, ele foi prefeito da maior cidade do país”, disse um aliado de Kassab.
Por fim, a presidente tende a convidar a senadora reeleita pelo Tocantins, Kátia Abreu (PMDB). Além de manter a pasta na cota do partido – o atual ministro é o deputado Neri Geller –, Kátia é uma das principais interlocutoras da própria presidente com o agronegócio. Presidente licenciada da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ela comprou uma briga com a oposição durante a tramitação da Medida Provisória dos Portos, defendendo que a proposta feita pelo Planalto aumentava a produtividade do país e alterava substancialmente o escoamento da produção de grãos.
Essa estratégia funcionaria também para outras áreas do governo e justificaria, por exemplo, a nomeação de Josué Gomes, filho do ex-presidente José Alencar, para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior(Mdic). Dilma já convidara Josué, este ano, para a pasta. Ele recusou, assim como o ex-presidente do Pão de Açúcar Abílio Diniz.
Não foi desdém de Josué. Ele optou por disputar o senado mineiro pelo PMDB. Foi derrotado pelo ex-governador de Minas Gerais Antonio Anastasia (PSDB), mas surpreendeu, com uma votação de 30% dos votos válidos em sua primeira incursão na carreira política. “Ele fez certo, ganhou musculatura e prestígio para ter um papel de destaque no novo governo”, disse um integrante da campanha de Dilma Rousseff.
Se a presidente escolher Josué Gomes pelo critério da representatividade, a mesma razão será usada por interlocutores palacianos para justificar a manutenção de Guilherme Afif Domingos (PSD) no Ministério da Micro e Pequena Empresa. Integrantes do PSD e do governo admitem que a presidente está fascinada pelo trabalho do ministro, que causou estranheza ao assumir o cargo e concordar em dividir as atribuições da Esplanada com o posto de vice-governador de São Paulo.
Afif, contudo, é um militante clássico e histórico das causas dos micro e pequenos empreendedores. A presidente ficou ainda mais agradecida pelo trabalho recente desenvolvido por ele, que permite criar uma “rampa” – uma espécie de transição – para que o microempreendedor continue a crescer e não tenha medo de ultrapassar a barreira de arrecadação de tributos do Simples para os outros sistemas. Com isso, ele passaria a pagar uma alíquota maior do que a atual, mas ainda inferior à recolhida pelos grandes empresários. A proposta foi usada pela presidente na campanha para atrair os votos do setor.
PSD
Ao se tornar praticamente intocável, mais pelo seu papel e menos pela indicação partidária, Afif abre espaço para o convite ao ex-prefeito de São Paulo e presidente do PSD, Gilberto Kassab, sem que isso desequilibre a correlação de forças dos aliados no primeiro escalão federal. Interlocutores de Kassab lembram que ele colocou o futuro político em risco ao negociar o apoio a Dilma Rousseff no plano nacional.
Parte da legenda defendia uma aliança com o tucano Aécio Neves, já que o próprio Kassab manteve as negociações para uma coligação com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo. “Para Dilma, o convite a Kassab daria ainda mais estofo para o governo, já que, além de presidente de uma legenda, ele foi prefeito da maior cidade do país”, disse um aliado de Kassab.
Por fim, a presidente tende a convidar a senadora reeleita pelo Tocantins, Kátia Abreu (PMDB). Além de manter a pasta na cota do partido – o atual ministro é o deputado Neri Geller –, Kátia é uma das principais interlocutoras da própria presidente com o agronegócio. Presidente licenciada da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ela comprou uma briga com a oposição durante a tramitação da Medida Provisória dos Portos, defendendo que a proposta feita pelo Planalto aumentava a produtividade do país e alterava substancialmente o escoamento da produção de grãos.