Em depoimentos prestados no dia 8 de outubro, no âmbito do processo que apura irregularidades nas obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, Costa e Youssef citaram Fernando Baiano. "No PMDB, a ligação na Diretoria Internacional, o nome que fazia essa articulação toda, se chama Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano", afirmou Costa.
A suspeita é que Fernando Baiano atuaria em parceria com o ex-diretor daquela unidade da Petrobras, Nestor Cerveró, que em 2008 foi transferido para a BR Distribuidora, braço da estatal petrolífera. Ele vive hoje em Madrid, na Espanha. No Brasil, Fernando Baiano representa duas grandes empresas espanholas.
Nas agendas, anotações e troca de e-mails de Costa a Polícia Federal já havia identificado a ligação do suposto "operador do PMDB" com os protagonistas da Lava Jato.
No depoimento à Justiça Federal, em Curitiba, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras afirmou que a Diretoria Internacional era controlada pelo PMDB e que a agremiação da base de apoio do governo tinha poderes para indicar seu diretor. No PT, o suposto operador seria o tesoureiro nacional do partido, João Vaccari Neto, que nega todas as acusações.
Pelo PP, o controle era da Diretoria de Abastecimento, comandada por Costa e que tinha como operador o doleiro Alberto Youssef. Costa fez delação premiada e apontou os nomes de 32 parlamentares, entre deputados e senadores, que teriam recebido propinas do esquema de corrupção na Petrobras.
Youssef ainda está depondo. Seu relato segue praticamente a mesma linha das informações do ex-diretor da estatal.Logo que o nome de Fernando Baiano surgiu pela primeira vez na Lava Jato, seu advogado, o criminalista Mário de Oliveira Filho, apresentou uma petição à Justiça Federal na qual informa que o empresário está à disposição das autoridades que investigam as denúncias de desvios e malfeitos na Petrobras.
Oliveira Filho declarou que quer ter acesso aos termos da delação premiada de Paulo Roberto Costa.
"Eu não sei se ele (Costa) falou isso (que Fernando Baiano era operador do PMDB). Se falou, vai ter que provar", observou o criminalista. "Eu preciso ter acesso à delação para saber efetivamente o que ele declarou, o que se entende por 'operador'. Nesse momento, o que eu disser tenho medo de entrar no achismo e isso não é bom para o cliente. É muito delicado, envolve muitas pessoas, instituições. Uma palavra mal interpretada ou mal colocada eu arrasto comigo um monte de gente que pode não ter nada com o caso." As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo..