"A minha cota de participação eleitoral, na minha avaliação, está esgotada", afirmou. "Não está no meu imaginário nenhuma eleição, nem ao Parlamento, nem no Executivo. Quero aproveitar a minha experiência para produzir um movimento mais de conteúdo estratégico do que vinculado a processos eleitorais", disse o governador de 67 anos, um dos quadros mais antigos e tradicionais do PT.
Com a experiência de ter sido deputado federal, prefeito de Porto Alegre, ministro no governo Lula e agora governador, Tarso parece disposto a ajudar o PT a pensar no futuro. "Vou continuar atuando dentro do meu grupo, Mensagem ao Partido, que é minoritário (dentro da legenda) e vai mobilizar todas as forças para que o partido se reestruture, dê mais passos em relação à questão ética", contou.
Segundo ele, o PT errou ao não ter dado sequência a um "profundo movimento refundacionista do partido" na ocasião da crise do mensalão. "Refundacionista não significa descartar suas raízes, significa reorganizar seus alicerces, suas fundações. O partido se renovou muito pouco de lá para cá", explicou.
Questionado se aceitaria assumir um ministério no novo governo da presidente Dilma Rousseff, ele descartou a hipótese, dizendo que não seria convidado.
Na mesma entrevista, Tarso fez uma avaliação da eleição estadual, em que recebeu 38,79% dos votos válidos no segundo turno e, desta forma, não conseguiu se tornar o primeiro governador reeleito do RS. Ele não atribuiu a derrota a um sentimento contrário ao PT.
"O que existe no sentimento popular é uma rejeição à política, aos partidos em geral. Não ao PT em particular. A causa mais importante da nossa derrota foi que tivemos o candidato (Sartori) mais adequado para a conjuntura e que soube capitalizar todo esse imaginário antipolítica e antipartidos", justificou..