A Polícia Federal vai indiciar o ex-presidente do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, por nove crimes. Nesta sexta-feira, a PF afirmou que as investigações foram concluídas nessa quinta-feira e apuraram os crimes cometidas por ele antes de fugir para a Itália, depois de ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão a 12 anos e 7 meses de prisão. Na terça-feira dessa semana, ele teve o pedido de extradição - feito pela Justiça brasileira -, negado pelo tribunal italiano e foi solto.
Segundo a PF, todos os noves crimes estão relacionados ao uso de documentos falsos por Pizzolato, que se passou pelo irmão Celso Pizzolato, morto em 1978. A maior parte das autuações está relacionada à falsidade ideológica cometida em cinco das situações apuradas. As outras quatro denúncias foram por uso de documento falso. Os crimes foram cometidos entre novembro de 2007 e janeiro de 2010. A soma das penas de cada um dos nove crimes pode variar de um a cinco anos de reclusão.
Em outubro de 2013, ele fugiu para a Itália com um passaporte falso de um irmão morto há mais de 30 anos. Em fevereiro deste ano, ele acabou sendo descoberto na casa de um sobrinho na cidade de Maranello, no norte da Itália, e levado para a prisão de Modena. Ele responde a processo pelo uso do documento falso, mas como a pena por esse crime é inferior a 3 anos, Pizzolato fica em liberdade.
Motivos do novo indiciamento
Falsidade ideológica cometida em novembro de 2007 em Florianópolis/SC por ter requerido RG em nome de seu irmão;
Falsidade ideológica e uso de documento falso cometidos em janeiro de 2008 no Rio de Janeiro/RJ por ter requerido inscrição eleitoral extemporânea em nome de Celso Pizzolato, utilizando RG e CPF falsos;
Falsidade ideológica e uso de documento falso cometidos em fevereiro de 2008 em Lages/SC por ter requerido passaporte em nome do irmão, utilizando RG e título de eleitor falsos;
Uso de documento falso em outubro de 2008 cometidos no Rio de Janeiro/RJ por ter votado com RG e título de eleitor em nome do familiar;
Falsidade ideológica cometida em setembro de 2009 no Rio de Janeiro/RJ por ter requerido a segunda via do CPF em nome de Celso Pizzolato, além de ter solicitado alteração de dados cadastrais;
Falsidade ideológica e uso de documento falso cometidos em janeiro de 2010 no Rio de Janeiro/RJ por ter requerido passaporte italiano no Consulado da Itália utilizando RG e passaportes falsos.