Um ato contra o PT e pelo impeachment da presidente reeleita Dilma Rousseff uniu neste sábado milhares de pessoas em pelo menos 28 cidades do país, a maioria de São Paulo. Os eventos foram organizados pelas redes sociais, com o objetivo de "demonstrar a insatisfação com o resultados das urnas". Os manifestantes pediram uma auditoria transparente e suprapartidária pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em Brasília, a manifestação ocorreu entre o museu e o Congresso Nacional. No auge do protesto, três das seis faixas do Eixo Monumental foram ocupadas. Além dos pedestres, a "passeata" contou com um buzinaço promovido por motoristas que acompanhavam o único carro de som do evento, cedido pelo PSDB.
De acordo com o advogado Matheus Sathler, organizador do evento na capital federal, a queixa dos que estão contra quem foi eleito foi reforçada depois que o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) pediu ao TSE auditoria no sistema de aprovação de votos. Ele diz que a reação do PT ao pedido não foi normal. "Ministros disseram que isso era inaceitável, que não era sério.
A principal reclamação de quem participou da passeata neste sábado foi com relação à corrupção. Para a advogada Aldinéia Miranda, de 51 anos, as eleições apontaram para um futuro nebuloso. "A roubalheira, falcatrua e o aparelhamento do estado vão continuar. Estou indignada. Não aguento mais ver nossas instituições loteadas e investimentos indo para outros países. Nossos portos estão acabando e eles estão mandando dinheiro para Cuba. Estão nos colonizando de novo", disparou. Para ela, o Brasil está se tornando o quintal da Venezuela.
O estudante Rodrigo Figueira, de 21, acrescenta que o que mais revolta é "a incapacidade do PT de reconhecer que os outros governos também tiveram coisas boas". "Eles acham que são os salvadores do Brasil, mas não reconhecem que o país já vinha avançando. Essas eleições foram sujas demais. Eles ganharam na base do terrorismo, não teve honestidade. Usam o Bolsa Família como troca de votos, em vez de transformar o programa em lei e fazer dele uma política de estado", pontua.
Em São Paulo, o ato reuniu milhares de pessoas na Avenida Paulista, entre eles o cantor Lobão, que havia prometido sair do Brasil caso a presidente Dilma fosse eleita.
Em Belo Horizonte, um protesto semelhante levou opositores do governo às ruas, com cartazes contra Dilma e o PT. Os manifestantes fizeram uma passeata da Praça Sete até a Praça da Liberdade. O grupo foi escoltado por policiais militares e não houve registro de distúrbios. Em Curitiba, segundo a Polícia Militar, cerca de 300 pessoas se reuniram para reforçar o pedido de auditoria nos números apurados pelo Tribunal Superior Eleitoral. Em outras cidades, como Fortaleza, Teresina e Porto Alegre, os militantes também foram às ruas com a mesma pauta..