"Dialogar mais é bom, mas é pouco para o tamanho do desafio", ponderou o ex-diretor do BC, acrescentando que não existe "bala de prata" para resolver os problemas da economia. Para Freitas, entre os desafios a serem enfrentados pela presidente Dilma, um dos mais importantes está do lado fiscal. De acordo com ele, não basta ao governo apenas dizer que vai cumprir a meta - é preciso dizer como vai fazer isso. "Entregar o que prometeu é mais importante do que fazer um superávit grande", reforçou.
Questionado se não seria melhor a presidente Dilma indicar rapidamente o substituto do ministro Guido Mantega na Fazenda, o economista da CNC disse que para o curto prazo o Banco Central é mais importante que o Ministério da Fazenda. "A indicação do ministro da Fazenda é importante para o médio e o longo prazo. Para o curto prazo, o BC é mais importante", disse o ex-diretor de Política Monetária da autarquia.
Ele disse ainda que o BC conseguiu atrair a confiança do mercado nos últimos anos e que hoje a instituição "tem credibilidade e instrumentos para conter a volatilidade (do mercado)".
Sobre o possível aumento do preços da gasolina, o economista disse que um ajuste do combustível não colocará em risco a meta de inflação. "O crescimento baixo gera menos pressão no IPCA e deixa espaço para a alta da gasolina", afirmou.