Tal como a política nacional - polarizada há 20 anos entre PT e PSDB -, a uberlandense também se divide há décadas entre dois grupos que se opõem. Virgílio Galassi (PP) governou a cidade por quatro vezes, entre 1971 e 2000, sob a oposição ferrenha de Zaire Rezende (PMDB), prefeito por dois mandatos. Nas décadas de 1990 e 2000, o PP foi apoiado pelo PSDB, enquanto o PT integrava a base do PMDB.
Só em 2012, porém, tucanos e petistas se enfrentaram diretamente em Uberlândia. O petista Gilmar Machado derrotou, no 1.º turno, o tucano Luiz Humberto.
Hoje, a política uberlandense reflete a nacional também em outros aspectos. “No governo federal, a presidente é do PT e o vice, do PMDB; no governo estadual, o governador eleito é do PT e o vice, do PMDB; e, na cidade, o prefeito é do PT e o vice, do PMDB”, diz o secretário de Serviços Urbanos, Eduardo Afonso (PMDB).
O PP de Uberlândia apoiou os 12 anos do governo tucano em Minas. Embora nacionalmente a legenda tenha feito parte da coalizão para a reeleição da presidente Dilma Rousseff, localmente o partido fez campanha para Aécio Neves (PSDB).
Mas, apesar da força política do PP em Uberlândia, o ex-governador nunca foi bem eleitoralmente na cidade. Sua votação não foi expressiva na campanha à reeleição para o governo estadual, em 2006; perdeu a disputa com Fernando Pimentel (PT) para o Senado, em 2010; e a chapa tucana foi derrotada nestas eleições para três cargos majoritários (presidente, governador e senador).