A insatisfação com o resultado das eleições no Brasil fez com que brasileiros apelassem até aos Estados Unidos para protestar. No site da Casa Branca (em uma seção destinada a petições batizada de We the People), uma petição criada em 28 de outubro – dois dias após a reeleição de Dilma Rousseff – pede que o governo americano se posicione oficialmente contra a expansão do “comunismo bolivariano no Brasil”, promovido pela administração da petista, além de assinaturas eletrônicas para chamar a atenção dos Estados Unidos para a causa.
O documento já recebeu mais de 100 mil adesões até a tarde desta segunda-feira (3/11) e está entre as 20 petições mais assinadas entre as 99 disponíveis no site oficial da Casa Branca. Ao atingir 100 mil assinaturas, ele está apto a receber uma resposta da Casa Branca se posicionando sobre a causa. Para criar uma petição, basta ser maior de 13 anos, abrir uma conta no site da Casa Branca e ter o e-mail validado.
“O Brasil não quer e não vai ser uma nova Venezuela e os Estados Unidos precisam ajudar os promotores da democracia e da liberdade no Brasil.” Para justificar a denúncia, o texto do documento duvida da credibilidade do sistema de votação, cita a relação da maior parte do Poder Judiciário com o PT e o temor da população beneficiada por programas sociais.
Entre as petições mais assinadas no site, há uma que pede que a Irmandade Muçulmana seja considerada uma organização terrorista e outra que quer o perdão a Edward Snowden (ex-funcionário da CIA que revelou detalhes de vários programas do sistema de vigilância amaericano).
Em resposta à reportagem por e-mail, a adida de Imprensa da Embaixada dos EUA em Brasília, Arlissa Reynolds, reforçou que qualquer pessoa com 13 anos ou mais pode criar ou assinar uma petição na página da Casa Branca "We the People". O espaço seria destinado "a cidadãos norte-americanos para terem a sua voz ouvida pelo governo dos Estados Unidos" e que as "petições apresentadas não representam as opiniões do governo dos EUA".
Reynolds destacou a declaração do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, parabenizando a presidente Dilma Rousseff pela reeleição. À época, Obama teria dito que "o Brasil é um importante parceiro para os Estados Unidos e estamos empenhados em continuar a trabalhar com a presidente Dilma Rousseff para fortalecer as nossas relações bilaterais”.
Leia a íntegra da petição contra o governo de Dilma Rousseff
“Nós peticionamos o governo Obama para:
Se posicionar contra a expansão bolivariana comunista no Brasil promovida pelo governo de Dilma Rousseff.
Em 26/10, Dilma Rousseff foi reeleita e continuará o plano de seu partido de estabelecer um regime comunista no Brasil — nos moldes bolivarianos propostos pelo Foro de São Paulo. Nós sabemos que, aos olhos da comunidade internacional, a eleição foi integralmente democrática, mas as urnas usadas não são confiáveis, além do fato de que a cúpula do Judiciário é, em sua maioria, de membros do partido vencedor. Políticas sociais também influenciaram a escolha da presidente e as pessoas foram ameaçadas com a perda do benefício de alimentação caso não reelegessem Dilma. Conclamamos uma posição da Casa Branca em relação à expansão comunista na América Latina. O Brasil não quer e não será uma nova Venezuela, e os EUA que precisam ajudar os promotores da democracia e da liberdade no Brasil”.