Nos primeiros quatro anos, o estilo centralizador de Dilma e o fato de ela não ser umA militante histórica da legenda foram criticados por integrantes do partido. Com a recondução da presidente ao Palácio do Planalto, a direção do PT quer que ela esteja mais próxima da sigla. “Quando a gente fala em ampliar o diálogo, é também reforçar o papel do PT no governo. A presidente já deu ao nosso presidente – Rui Falcão – status maior para participar do governo.
Não por acaso, os dirigentes convidaram Dilma para participar da reunião do diretório nacional que acontece no fim de novembro, em Fortaleza. “Se ela tiver possibilidade, seria importante para esta primeira reunião ela ter uma participação”, afirmou Rui Falcão, que comandou o encontro de ontem. Em meio à onda de protestos questionando o resultado das urnas, a Executiva decidiu também preparar um grande ato para a posse, em 1º de janeiro, para reforçar a ideia de que o partido, prestes a completar um ciclo de 16 anos no governo, conquistou uma vitória legítima.
Serão mobilizados especialmente os movimentos sociais, numa tentativa de reeditar a posse do ex-presidente Lula em 2002. “Queremos fazer da posse uma grande festa popular, semelhante à de Lula em 2002. Tivemos uma vitória significativa, que teve a participação do PT, da juventude, das mulheres e dos que, embora não apoiando todas as nossas medidas, entenderam o que estava em jogo: avançar ou retroceder na linha do neoliberalismo que representava o candidato oponente”, disse o presidente da sigla.
Outro tema abordado na resolução é o “enfrentamento das acusações de corrupção”. Durante a campanha, o partido sofreu um desgaste com as denúncias de pagamento de propina na Petrobras. “O PT tem que retomar sua capacidade de fazer política cotidiana e sua independência frente ao Estado, e ser muito mais pró-ativo no enfrentamento das acusações de corrupção, em especial no ambiente dos próximos meses, em que setores da direita vão continuar premiando delatores”, acrescenta a minuta.
Câmara
Ainda ontem, a Executiva Nacional do PT analisou a disputa pelo comando da Câmara dos Deputados e decidiu bater o pé e lutar para manter o rodízio na presidência da Casa. Com o fim do mandato do peemedebista Henrique Eduardo Alves (RN), pelo combinado, o próximo presidente deveria ser petista. Mas o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) já avisou que a alternância não é “estatutária” e se antecipou ao lançar o próprio nome.
“Nós sabemos das movimentações do PMDB. Não vou nem dar palpite. Nós respeitamos a pretensão de qualquer pessoa.