O acordo foi selado em um almoço no apartamento do líder do PMDB em Brasília, onde líderes partidários se reuniram para discutir a manutenção do "blocão" que desafiou o Palácio do Planalto no ano passado. "Foi feita essa discussão durante a semana (passada) e tem apoio da bancada para a candidatura", disse o presidente do SDD, deputado Paulinho da Força.
Ao ser questionado sobre a resistência que o governo e o PT farão à candidatura de Cunha, Paulinho afirmou que é possível "amarrar" um acordo maior com outros partidos para eleger o peemedebista. "O governo vai fazer todo um trabalho (para evitar a eleição de Cunha), mas, se a gente amarrar bem, a gente ganha", indicou.
Apesar do apoio declarado do SDD, Cunha saiu do encontro afirmando que foi apenas "uma conversa bastante simples" na intenção de formalizar o blocão de atuação parlamentar. Cunha também falou que irá conversar com outros partidos para construir uma "candidatura fortalecida" para concorrer na Câmara. Questionado sobre a possibilidade de concorrer contra um candidato do PT, o líder do PMDB afirmou que "o clima hoje não está harmônico para que o comando do Legislativo fique sob comando do Executivo", em referência ao fato do PT ocupar a Presidência da República.
O líder do PTB, Jovair Arantes (GO), disse que "há um grande entusiasmo com a candidatura" de Cunha na sua bancada e que o apoio será colocado em discussão. Arantes rompeu com a cúpula do partido para apoiar Dilma na eleição presidencial, contrariando orientação do presidente do PTB, Benito Gama, que cedeu o apoio da sigla para Aécio Neves (PSDB).
O discurso do presidente do PT, Rui Falcão, de que o partido estaria disposto a apoiar um nome que não fosse petista foi recebida com ironia por peemedebistas.
Cunha minimizou o fato de o vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, ter convidado os novos deputados eleitos pelo partido que tomam posse no próximo ano para um jantar no Palácio do Jaburu. Na avaliação do líder, isso não sinaliza que Temer estaria trabalhando contra sua candidatura. Segundo ele, não existe "essa possibilidade" de uma campanha liderada por Temer contra sua candidatura. "O que Michel está fazendo é receber o PMDB, incluindo os deputados, senadores e governadores eleitos, que é maior que a bancada da Câmara".
Cunha não quis comentar a chamada pauta bomba que o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), montou e é vista pelo Palácio do Planalto como uma agenda para revidar a derrota sofrida por ele no Rio Grande do Norte. "Quem faz a pauta é o presidente da Câmara, não sou eu. Tem que perguntar para ele (se é pauta bomba)", disse..