Lula apresentou a Dilma uma lista de indicações para vários cargos. Na sua avaliação, a presidente deve emitir rapidamente sinais para acalmar o mercado financeiro, assustado com as incertezas na economia. O governo também está preocupado com as pressões do PMDB, que deve lançar o deputado Eduardo Cunha (RJ), desafeto de Dilma, à presidência da Câmara.
No diagnóstico dos petistas, o vice-presidente Michel Temer - que se reuniu nesta terça com deputados e senadores do PMDB - não consegue enquadrar as duas alas do partido. Lula recomendou à sua afilhada mais diálogo com os aliados e recomendou a ela cuidado com as rebeliões no Congresso.
Na opinião de Lula, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles tem perfil ideal para ocupar o Ministério da Fazenda. O economista Nelson Barbosa, que foi secretário executivo da Fazenda e é outro nome cotado, só aceitaria o cargo se o secretário do Tesouro, Arno Augustin, ficasse fora da equipe. Nelson e Arno tiveram vários atritos quando trabalharam juntos.
Dilma, porém, já deu sinais de que pretende manter Arno no governo, embora em outro posto, podendo até mesmo puxá-lo para o Planalto. O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, por sua vez, recusou o convite para substituir Mantega, de acordo com relatos obtidos pelo
Estado
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No xadrez que vem sendo montado por Dilma, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), está cotado para assumir o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
O governador do Ceará (PROS), Cid Gomes, conversou nesta terça com Dilma, no Palácio do Planalto, e tem o nome citado para o Ministério da Educação. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto (PT), só não será transferido para a Secretaria Geral da Presidência se não quiser.
Dilma vai se reunir com dirigentes de todos os partidos da base aliada, nos próximos dias. Nesta quinta-feira, ela receberá as bancadas do PT na Câmara e no Senado e os governadores eleitos do partido, no Palácio da Alvorada. (Vera Rosa, Tânia Monteiro e Ricardo Della Coletta).