Os números foram apresentados durante audiência pública com a participação de representantes da prefeitura. Os vereadores Adriano Ventura (PT) e Gilson Reis (PCdoB), que fazem oposição ao prefeito Marcio Lacerda (PSB), afirmaram que vão enviar à Mesa Diretora pedido para retirada do texto de tramitação. O líder do governo na Casa, vereador Preto (Dem), o único com autonomia para retirada do projeto, conforme o regimento, disse que, no momento, não há “a menor possibilidade” de a proposição deixar de tramitar. “Vamos conversar muito ainda. Esta foi apenas uma audiência pública”, disse.
O projeto ainda não entrou na pauta da primeira comissão, a de Orçamento e Finanças. Em seguida, passará por outras duas antes de chegar ao plenário.
Guerra fiscal
As duas proposições preveem, além da alta no ITBI, aumento no Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), que passaria de 2% para 3% no caso de serviços na área da educação, e de 2% para 5% em setores como o de engenharia. Em relação ao tributo sobre a transferência de imóveis, a alíquota passaria de 2,5% a 3% do valor venal do imóvel. O enviado da prefeitura à audiência pública, o secretário-adjunto de Arrecadação, Omar Domingos, justificou as tentativas de aumento nos impostos cobrados pelo município fazendo comparações com outras capitais e com base em uma guerra fiscal travada por Belo Horizonte como municípios vizinhos no início dos anos 2000. “A cidade perdeu essa batalha. Ao todo, 20 setores da economia tiveram redução na alíquota do ISSQN entre 2001 e 2003, sem retorno na arrecadação”, disse.
Sobre o ITBI, a justificativa de Domingos foi que a alíquota praticada pelo município é menor que a de outras capitais do país. Ele afirmou ainda que aumentar a arrecadação é importante para que serviços possam ser prestados à população. A audiência pública contou ainda com a participação de representantes de entidades dos setores de consultoria e de estabelecimentos de ensino particular. Todos contrários ao aumento do ISSQN. “Elevação de tributo assassina empresas. Os aumentos são repassados à população, que deixa de contratar o serviço”, avaliou o diretor da Confederação Nacional de Serviços, Hélio Magalhães.