“Se, no encerramento da CPI mista, este ano, em dezembro, não estiver ainda elucidado em profundidade todo esse esquema, quem ele atingiria, quais suas ramificações dentro do governo, já anunciei que a partir de 1º de fevereiro, na reabertura do Congresso, vamos iniciar a coleta de assinaturas para uma outra CPI mista”, afirmou durante a entrevista.
Atualmente, duas comissões estão em curso no Congresso, a CPI do Senado e uma CPI mista, composta por deputados e senadores. Na quarta-feira, uma articulação da base aliada e também da oposição na CPI mista decidiu barrar a convocação e convites a políticos citados no esquema. O PT e o PSDB atuaram para impedir a convocação da presidente Dilma, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do próprio Aécio, além do empresário Leonardo Meirelles, ligado ao doleiro Alberto Youssef.
Em nota divulgada ontem, Aécio afirmou que o partido “não fez qualquer tipo de acordo” para barrar as apurações da comissão. “O PSDB não pactua com qualquer tipo de acordo que impeça o avanço das investigações da CPMI da Petrobras”, afirma a nota. “Lutamos pela instalação da CPMI. Temos de ir a fundo na apuração do chamado ‘Petrolão’ e na responsabilização de todos que cometeram eventuais crimes, independentemente da filiação partidária”, completa. Na nota, o tucano diz que essa é a “posição inarredável do PSDB”.
Representante do PSDB na reunião que definiu o “acordão”, o deputado Carlos Sampaio (SP) negou que a reunião tenha provocado mal-estar no partido. O deputado disse que não houve acordo para poupar políticos, apenas a construção de um “roteiro de procedimentos” diante do curto prazo para a conclusão das investigações, que terminam em dezembro.
De acordo com Aécio, o PSDB, do qual é presidente nacional, tem uma “minoria pouco expressiva na CPI mista”. “O governo é que define as oitivas. Eu não participei dessas reuniões. No que depender de mim, se não for possível chamar ainda este ano, que isso seja feito a partir do início do ano que vem”, disse. Questionado se a investigação também não vai atingir seu partido, o senador afirmou que defende a apuração, mas que a responsabilidade pelo andamento dela é do atual governo. “Tem que investigar todo mundo. Se houver alguém de outro partido, tem que ser punido exemplarmente”, afirmou..