Jornal Estado de Minas

Senado já tem sete suplentes confirmados

André Shalders

O Senado deve começar 2015 com pelo menos sete parlamentares que não foram votados diretamente para os cargos.

Além de quatro suplentes que poderão continuar nas funções até o começo 2019, o resultado das urnas agraciou três futuros senadores. Eles substituirão os governadores eleitos do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB); do Piauí, Wellington Dias (PT); e de Mato Grosso, Pedro Taques (PDT). O número também pode crescer até a data da posse do novo Congresso, no começo de fevereiro, por conta das possíveis indicações de senadores para o ministério do segundo governo de Dilma Rousseff.

O grupo de novos suplentes diminuiu em relação a 2010. Naquele ano, quatro pessoas chegaram ao Senado pela eleição dos titulares para governos estaduais. Eleito governador de Mato Grosso, Pedro Taques passará o cargo para o agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) José Antônio de Medeiros (PPS). Medeiros, como é conhecido na cena política local, nunca foi detentor de cargo eletivo, mas é presidente do PPS na cidade de Rondonópolis, onde mora. No Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg terá de passar o bastão ao servidor público Hélio José da Silva Lima (PSD).
No Piauí, Wellington Dias (PT) será substituído pela ex-militante sindical Maria Regina Sousa.

Entre os suplentes que continuarão no cargo, dois assumiram vagas de senadores que morreram ao longo do mandato. Zezé Perrella (PDT-MG) conduzirá, até o início de 2019, o mandato conquistado pelo ex-presidente Itamar Franco. Eleito pelo PPS de Minas Gerais em 2010, Itamar não chegou a completar seis meses no cargo, porque morreu em junho de 2011. Caso semelhante é o do empresário Ataídes de Oliveira (Pros-TO), que herdou o mandato parlamentar após a morte de João Ribeiro (PP-TO).

Outros dois suplentes continuarão nos cargos graças a pendências judiciais dos titulares. Wilder Morais (DEM-GO) deve retornar no começo do próximo ano de uma licença de seis meses. Ele é o primeiro suplente de Demóstenes Torres. Também deve permanecer no cargo o ex-prefeito biônico de Porto Velho (RO), Odacir Soares (PP). Ele é segundo suplente de Ivo Cassol (PP).

Outros também poderão ascender ao Senado, dependendo da formação do novo ministério de Dilma. Estão na lista a mulher do senador Eduardo Braga (PMDB-AM), Sandra Braga, e o ex-senador e empresário Raimundo Lira (PMDB-PB). Ele é o primeiro suplente do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), que está cotado para suceder o ministro José Jorge no Tribunal de Contas da União (TCU). Eduardo Braga, por sua vez, pode passar o cargo à mulher caso consiga se tornar o sucessor de Edison Lobão no Ministério de Minas e Energia.

 

A bancada dos sem voto

Suplentes confirmados para atuar no Senado na próxima legislatura

 

» Ataídes de Oliveira (Pros-TO): empresário, assumiu a vaga de João Ribeiro (PR), morto no fim de 2013. Tem direito ao cargo até o começo de 2019.

» Hélio José da Silva Lima (PSD-DF): ocupará a vaga de Rodrigo Rollemberg (PSB), governador eleito do Distrito Federal.

Servidor de carreira do Ministério de Minas e Energia, Lima foi candidato a deputado distrital em outubro, mas obteve apenas seis votos.

» José Antônio Medeiros (PPS-MT): assumirá a vaga de Pedro Taques (PDT), eleito governador de Mato Grosso.
É agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e considerado quadro histórico do PPS no estado.

» Maria Regina Sousa (PT-PI): substituirá o senador Wellington Dias (PT), eleito governador do Piauí. Iniciou a carreira como dirigente sindical bancária e já foi secretária estadual em gestões anteriores de Wellington.
» Odacir Soares (PP-RO): suplente de Ivo Cassol (PP), pode continuar no cargo até o início de 2019. Em setembro, o Supremo Tribunal Federal manteve a condenação de Cassol por fraude em licitação.
Odacir foi eleito senador por duas vezes (entre 1983 e 1999). Foi também prefeito biônico de Porto Velho entre 1970 e 1975, durante o regime militar.

» Wilder Morais (DEM-GO): é suplente do ex-senador Demóstenes Torres, cassado por envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Em julho, afastou-se por seis meses para cuidar de assuntos particulares e deve retornar ao Senado no começo de 2015.

» Zezé Perrela (PDT-MG): suplente do ex-presidente Itamar Franco, eleito senador pelo PPS em 2010. Ele assumiu o cargo com a morte de Itamar, em julho de 2011. Perrela deve permanecer na vaga até 2019.

.