São eles que darão o norte da administração pública federal para os próximos quatro anos. Dilma viajará para a reunião do G-20 na Austrália, na próxima semana, com a missão de definir quem será o condutor da economia. Durante conversas com jornalistas, admitiu ter recebido um telefonema de felicitações do presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco. Mas disse que isso não significa que ele será o próximo ministro da Fazenda.
A ideia da presidente é voltar da Oceania com a equipe econômica – o que inclui, provavelmente, os novos presidentes dos bancos públicos, como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES – definidos. Interlocutores palacianos descartam as informações de que a presidente estaria também estudando medidas para conter a inflação e diminuir os juros neste momento. “O anúncio da nova equipe já vai sinalizar nossa proposta ao mercado. Serão eles que vão definir e implantar os rumos futuros”, disse um ministro com bom trânsito no Palácio do Planalto.
Com Mercadante garantido na Casa Civil, onde colocar Jaques Wagner? Como adiantou o Estado de Minas há duas semanas, são grandes as chances de ele ocupar um cargo que a presidente considera estratégico para o segundo mandato, mas que esteve relegado ao quase abandono nos primeiros quatro anos de governo: ministro do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio (MDIC).
Aliados de Wagner lembram que, durante os oito anos em que o petista comandou o governo da Bahia, ele trouxe quase R$ 20 bilhões de investimentos empresariais para o estado. Conseguiu atrair quase 600 novas indústrias e negociar a ampliação de outras 150, fomentando a economia baiana. E, ao que parece, tomou gosto pela coisa. Não se incomodaria se Dilma desse a ele essa missão. Mas com algumas ponderações.
A primeira delas é a autonomia para se implementar uma política industrial de fato. Ao longo dos últimos anos e, principalmente, durante a corrida eleitoral, a tese da desindustrialização ganhou força. O setor se sente sucateado e desamparado. A presidente reconhece isso e pretende dar uma guinada no segundo mandato. Wagner teria, segundo interlocutores palacianos, um perfil talhado para isso e para viajar “vendendo o país” no exterior, algo que poderia reequilibrar a balança comercial brasileira. Quanto à enigmática frase dita por Dilma ao governador baiano, de que ela “gostaria de tê-lo mais perto dela nos próximos anos”, assessores dilmistas garantem que a proximidade significa Brasília, não necessariamente no Palácio do Planalto..