Brasília – Eduardo Suplicy (PT-SP), Pedro Simon (PMDB-RS), José Sarney (PMDB-AP) e Casildo Maldaner (PMDB-SC) estão entre os senadores com mais de 10 anos de Casa que não renovaram os mandatos para 2015. Alguns por vontade própria, como Sarney, Maldaner e outros 10 parlamentares que preferiram não disputar as eleições deste ano. Outros cinco – entre eles, Simon e Suplicy, não foram reeleitos. Assim, passado o primeiro turno das eleições, vários desses personagens têm ocupado a tribuna do Senado nos momentos de pouca atividade e baixo quórum para se despedir da instituição e da vida pública. Alguns chegaram a se emocionar, como Suplicy, que soma mais de 20 anos na Casa. Afinal, o Senado, como definiu o antropólogo, educador e ex-senador Darcy Ribeiro (1922-1997), “(...) é melhor do que o céu, pois nem é preciso morrer para estar nele”.
Simon escolheu a segunda semana após o primeiro turno das eleições para dizer adeus. Era uma quarta-feira, 15 de outubro, na qual se comemorava o Dia do Professor, e o plenário estava praticamente vazio.
Após fazer uma retrospectiva da vida política do país no último quarto de século, Simon mandou uma sugestão ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): “Enxugue o seu partido. Faça do seu partido uma grande legenda”. “Eu achava que o MDB era o melhor partido do mundo, que as pessoas eram as melhores que conheci. Quando chegamos ao governo, percebi que o MDB estava cheio de gente tão ruim ou pior do que as outras. O PT também. Você, Lula, deve estar vendo isso agora”, discursou.
Gramados
Uma semana antes de Simon ocupar a tribuna, Suplicy e Maldaner fizeram pronunciamentos de despedida do Senado. A sessão de 7 de outubro, uma terça-feira pós-primeiro turno, era presidida por Jorge Viana (PT-AC) e havia poucos parlamentares presentes.
Suplicy, por sua vez, aproveitou um de seus últimos discursos na tribuna do Senado para agradecer os poucos mais de 6 milhões de votos obtidos e para parabenizar a presidente Dilma Rousseff (PT) pela votação no primeiro turno. O parlamentar também comentou a relação com as redes sociais – durante a campanha, ele escrevia as próprias postagens em vez de delegar a função à equipe de comunicação – e defendeu, mais uma vez, o projeto da Renda Básica de Cidadania, talvez sua maior obsessão ao longo da carreira. “Em qualquer circunstância em que eu esteja, vou continuar a batalhar pelos mesmos objetivos, princípios, anseios e valores de construção de um Brasil justo e civilizado”, discursou..