A carta de Marta foi entregue à Casa Civil quando Dilma já estava no exterior. Integrantes do Palácio do Planalto disseram que o tom do documento teria surpreendido o governo.
Além de Marta, que agora reassume seu mandato no Senado, outros ministros vão deixar o cargo. Sobre a reforma ministerial prevista para o segundo mandato, no entanto, Dilma evitou falar em datas. "Não estabeleci prazo. Não vou fazer a reforma imediatamente", disse. "Vou fazer por partes", complementou.
Questionada sobre a possibilidade de começar as mudanças quando retornar do encontro do G-20, na próxima terça-feira, Dilma disse que "nem pensar". "Não tem reforma na terça. Nem pensar. Não dá tempo", afirmou.
Questionada sobre o prazo dado pelo Palácio para a reforma, até terça, Dilma reafirmou que a definição virá dela. "Palácio não fala. É integrado por paredes mudas. Só quem fala sobre reforma é esta modesta pessoa que vos fala."
Visita de Estado
A presidente aproveitou para fazer uma parada técnica no Catar a caminho do G-20, na Austrália. Durante a visita, encontrou o emir do Catar, xeque Tamim bin Hamad Al Thani e, com a xeica Moza bint Nasser, visitou a Fundação Catar, organização sem fins lucrativos de incentivo à pesquisa, à educação e à ciência.
Dilma viajou acompanhada da filha Paula, do ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, e do assessor especial Marco Aurélio Garcia. A presidente não comentou o fato de estar hospedada em uma suíte ao custo de R$ 30 mil a diária.
Depois da entrevista, a presidente planejava visitar o Museu de Arte Islâmica antes de seguir viagem. Dilma evitou entrar em detalhes sobre o encontro com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no G-20. "Não vamos tratar de questões pontuais", afirmou. Será o primeiro encontro bilateral após as denúncias de espionagem americana..