Em encontro realizado nesta sexta-feira, em São Paulo, com correligionários, para agradecer a histórica votação que teve no estado nas eleições presidenciais, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) falou dos desdobramentos das investigações na Petrobras.
Segundo ele, a estatal incorpora no governo petista a marca perversa da corrupção. "O adiamento da divulgação do balanço da Petrobras traz a marca perversa das ações deste governo", afirmou.
No discurso que fez para um auditório lotado, na capital paulista, Aécio disse que enquanto eles celebram hoje a caminhada honrosa nessas eleições, estava sendo preso o mais importante diretor da Petrobras indicado pelo PT. "A Petrobras está maculada pela irresponsabilidade de alguns de seus diretores", disse. Para o senador, a prisão deste diretor vai deixar muita gente sem dormir em Brasília porque ele representa o elo mais forte com o partido.
Aécio disse que saiu das eleições revigorado e com ainda mais ânimo e energia para exercer o papel de oposição. "Vamos impedir que o PT destrua a obra macroeconômica realizada na gestão de Fernando Henrique Cardoso. O PT verá uma oposição vigorosa, corajosa, porém patriótica, para apontar os caminhos que o Brasil precisa trilhar."
Em rápida entrevista coletiva concedida antes do evento, que reuniu no mesmo palco Aécio, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e o governador reeleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, o senador mineiro disse que a oposição fará tudo que estiver ao seu alcance para impedir que o governo altere a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a meta fiscal.
"Vamos até as últimas consequências para evitar alteração na LDO e vamos impedir qualquer manobra no Congresso. A oposição vai reagir porque o Brasil não pode virar a casa da mãe Joana, onde cada um faz o que quer", disse. Segundo Aécio, a oposição poderá, inclusive, impetrar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal para impedir que o governo altere a LDO.
O tucano criticou também o fato de o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ter aberto investigação contra delegados da Polícia Federal, em razão de eles terem manifestado nas redes sociais simpatia pela candidatura do PSDB neste pleito.