A prisão temporária de Duque e de Fernando Baiano foi requerida pelo Ministério Público Federal.
"Nestes desvios", continuam os procuradores "atuavam outros operadores que não Alberto Youssef. Fernando Soares, vulgo Fernando Baiano, estava encarregado da lavagem e distribuição de recursos para agentes públicos relacionados ao PMDB. Na própria Diretoria de Abastecimento, 1% era lavado e distribuído por Alberto Youssef, enquanto o remanescente era lavado e distribuído por outros operadores, como Fernando Soares, vulgo Fernando Baiano.
O Ministério Público Federal observou, ainda, que dois empresários ligados à Toyo Setal Empreendimentos - Augusto Ribeiro de Mendonça Neto e Júlio Gerin de Almeida Camargo -, "confirmaram esses fatos e detalhes a respeito do pagamento de valores por contratos da Petrobras a Renato Duque e a Fernando Soares".
A Justiça considera que "embora o depoimento de criminosos colaboradores deva ser visto com reservas, cumpre destacar que o esquema criminoso, em linhas gerais, encontra confirmação na prova documental".
"Além disso, como já apontado, foram apreendidos, nas buscas, papéis que apontam para o pagamento de valores expressivos para Fernando Baiano", assinala a Justiça ao mandar prender o operador do PMDB e o ex-diretor de Serviços da Petrobras.
A Justiça ainda ordenou o bloqueio dos ativos das empresas de Fernando Soares e de Renato Duque. As pessoas jurídicas controladas por Fernando Baiano "foram explicitamente citadas como tendo recebido valores indevidos e que a investigação revelou modus operandi consistente na utilização de empresas de consultoria para recebimento de propina".
A Justiça cita Technis Planejamento e Gestão em Negócio, Hawk Eyes Administração e D3TM Consultoria e Participações Ltda. "Merece referência ainda o fato de que, nos papéis apreendidos nas buscas e apreensões, foram encontradas planilhas com menções de valores devidos ou pagos a Fernando Soares, vulgo Fernando Baiano)", assinala a Justiça Federal..