O vice-presidente da construtora Mendes Júnior , Sérgio Cunha Mendes foi preso, e a PF fez buscas na sede da empreiteira. Policiais também vasculharam endereços da Odebrecht e de três de seus executivos.
Ao todo, nove empreiteiras foram alvo da sétima fase da Operação Lava Jato deflagrada nesta sexta-feira, 14. São elas: Camargo Corrêa, OAS, Odebrecht, UTC, Queiroz Galvão, Engevix, Mendes Júnior, Galvão Engenharia e Iesa Óleo e Gás. A operação é considerada pela Polícia Federal como histórica por ser a primeira vez que há uma ação envolvendo as maiores empreiteiras do país num só escândalo.
As empreiteiras foram alvo de mandados de busca e apreensão e em alguns casos de prisão de seus dirigentes. Essas empresas têm contratos com a Petrobras, que somam R$ 59 bilhões. A PF agora vai analisar todos os contratos para verificar se houve superfaturamento.
Minas Gerais
Em minas foram cumpridos dois mandados de condução contra o dono da Mendes Júnior, Ângelo Mendes, e de um gerente da empreiteira, identificado como Flávio Sá Motta Pinheiro. Os dois prestaram depoimento na sede da Polícia Federal na capital e liberados. Computadores foram apreendidos na casa dos dois investigados, que residem na Zona Sul de BH. Em nota, a Mendes Júnior afirmou que “está colaborando com as investigações e contribuindo para o acesso às informações solicitadas
Ex-diretor da Petrobras
O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e o empresário Fernando Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema de propinas e corrupção na estatal petrolífera, tiveram prisão decretada pela Justiça Federal porque a suspeita que pesa contra eles "encontra confirmação na prova documental, especialmente na prova das transferências (de valores) sem causa efetuadas em favor de contas controladas por Alberto Youssef (doleiro da Lava Jato) por parte das diversas empreiteiras".
A prisão temporária de Duque e de Fernando Baiano foi requerida pelo Ministério Público Federal. Os procuradores da República argumentaram: "O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras e o doleiro Alberto Youssef declararam que o esquema criminoso que desviou e lavou 2% ou 3% de todo contrato da área da Diretoria de Abastecimento da Petrobras também existia em outras Diretorias, especialmente na Diretoria de Serviços, ocupada por Renato Duque, e na Diretoria Internacional, ocupada por Nestor Cerveró".
"Nestes desvios", continuam os procuradores "atuavam outros operadores que não Alberto Youssef. Fernando Soares, vulgo Fernando Baiano, estava encarregado da lavagem e distribuição de recursos para agentes públicos relacionados ao PMDB. Na própria Diretoria de Abastecimento, 1% era lavado e distribuído por Alberto Youssef, enquanto o remanescente era lavado e distribuído por outros operadores, como Fernando Soares, vulgo Fernando Baiano.”
O Ministério Público Federal observou, ainda, que dois empresários ligados à Toyo Setal Empreendimentos - Augusto Ribeiro de Mendonça Neto e Júlio Gerin de Almeida Camargo -, "confirmaram esses fatos e detalhes a respeito do pagamento de valores por contratos da Petrobras a Renato Duque e a Fernando Soares".
Locais da operação
MINAS GERAIS
Dois mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte.
PARANÁ
Um mandado de prisão preventiva e dois mandados de busca e apreensão em Curitiba.
DISTRITO FEDERAL
Um mandado de prisão preventiva e um de busca e apreensão
PERNAMBUCO
Dois mandados de busca e apreensão em Recife.
RIO DE JANEIRO
11 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão temporária e dois de prisão preventiva
SÃO PAULO
29 mandados de busca e apreensão, 15 de prisão temporária, nove de conduções coercitiva e dois de prisão preventiva na capital. Em Jundiaí, serão cumpridos um mandado de busca e outro de prisão temporária. Em Santos, serão cumpridos ainda um mandado de busca e apreensão e outro de prisão temporária.
Com Agência Estado .