O ministro da Justiça José Eduardo Cardozo acusou, na manhã deste sábado, a oposição de tentar transformar a sétima fase da Operação Lava-Jato em um terceiro turno eleitoral. Em entrevista coletiva, em São Paulo, o auxiliar da presidente Dilma Rousseff disse que a Polícia Federal terá autonomia para continuar as investigações e não seguirá “colorações partidárias”. Entre os presos ontem, está o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, indicado para o cargo pelo PT. Cardozo negou que as apurações da Lava-Jato tenham criado uma crise no governo. Segundo ele, a Dilma, que participa da reunião do G-20 na Austrália, soube da operação ontem e a apoiou. Ainda segundo Cardozo, as investigações da Lava-Jato “vão continuar doa a quem doer”, sendo o político do governo ou da oposição.
De acordo com as investigações, Duque era o interlocutor na Petrobras entre o PT e empreiteiras em um esquema de pagamento de propina em troca de contratos milionários. Políticos do partido e de outras legendas da base aliada (PMDB e PP) foram citados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso em fase anterior da Lava-Jato, como beneficiários do esquema. As investigações sobre políticos envolvidos aguardam autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki para serem iniciadas.
"Eu repilo veementemente a tentativa (da oposição) de se politizar essa investigação (da Operação Lava-Jato).
“Acho que quaisquer dos nomes citados têm de ser investigador. Se tem ou não proximidade com o PT, se foi ‘a’, ‘b’ ou ‘c’ o indicado, se a pessoa pertence a um partido e recebeu recursos para parar uma CPI. Isso tudo tem que ser investigado. Não posso tecer juízo de valor. O governo está absolutamente tranquilo. Especulações de que isso gera uma crise. Não há crise nenhuma. Nós temos a consciência tranquila de que estamos cumprindo nosso dever. O dever é apurar. O dever é punir.
Além de Duque, a Operação Lava-Jato levou à cadeia ontem 16 executivos das maiores empreiteiras do país, responsáveis por R$ 98,7 milhões em doações na campanha eleitoral de 2014. Também foi preso Jayme Oliveira Filho, que seria ligado ao doleiro Alberto Youssef. A Polícia Federal cumpriu ainda 49 mandados de busca e apreensão..