Manifestantes insatisfeitos com o governo da presidente reeleita, Dilma Rousseff (PT), voltaram às ruas ontem – Dia da Proclamação da República –para protestar contra a corrupção e defender a liberdade de imprensa e direitos individuais. A maior concentração de manifestantes – que anunciaram mobilizações em pelo menos 20 cidades do país – foi em São Paulo, onde o candidato derrotado Aécio Neves teve 64% dos votos dos eleitores. De acordo com a PM, cerca de 10 mil pessoas participaram do ato, e parte delas pediu o impeachment da petista.
cartazes De acordo com um dos coordenadores do Movimento dos Indignados, Duílio Campos, o grupo se reuniu a partir de mobilização pelas redes sociais em razão da insatisfação com o resultado das eleições. A partir disso, foram marcadas reuniões e construída a pauta dos protestos. Um grupo se encarrega de produzir cartazes, alguns com menções contra o PT em inglês. “Nosso movimento defende a democracia e repudia a intervenção militar”, garante Campos, para afastar qualquer dúvida sobre a defesa da volta da ditadura.
Se a maioria dos manifestantes defendia um processo de impeachment contra a presidente reeleita e anulação do resultado das eleições de outubro, havia também aqueles favoráveis à volta do regime militar no país. Em São Paulo, o racha entre os manifestantes ficou claro quando os protestos se dividiram em três grupos. Um grupo permaneceu na Avenida Paulista, enquanto outro, maior, caminhou em direção à Praça da Sé. Um número menor de pessoas, defensoras da intervenção militar e ligadas ao Movimento Brasileiro de Resistência, seguiu até o Segundo Comando Militar do Sudeste.
Em Brasília, os manifestantes se reuniram em frente ao Congresso Nacional e, de lá, saíram em passeata até a rodoviária da cidade, também pedindo o impeachment da presidente. Segundo um dos organizadores da manifestação convocada pelas redes sociais, Matheus Sathler, de 31 anos, o objetivo do ato foi também pedir a recontagem dos votos das eleições. Muitos manifestantes estavam vestidos com a camisa do Brasil e portavam cartazes com os dizeres “Fora PT” e “Dilma e Lula sabiam do Petrolão”. Alguns chegaram a pedir a volta dos militares ao governo, mas, segundo o organizador, o movimento é democrático. “Não defendemos a intervenção militar. Queremos a manutenção da ordem democrática”, disse.
Em Porto Alegre (RS), a insatisfação com a presidente Dilma Rousseff levou às ruas centenas de pessoas. A manifestação, que começou nas proximidades do Parcão, seguiu pela Avenida Independência e foi encerrada no Monumento ao Expedicionário, em Redenção. Com bandeiras do Brasil, cartazes e faixas, os manifestantes criticaram a presidente e os recentes escândalos de corrupção do país, como o caso da Petrobras. (Com agências)