Brasília, 17 - O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, participou nesta segunda-feira de evento promovido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TCU) sobre governança na administração pública, mas evitou comentar a sétima fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, deflagrada na última sexta-feira (14). Nesta mais recente fase da operação, batizada de "Juízo Final", a Polícia Federal prendeu 23 pessoas, principalmente dirigentes e funcionário de grandes empreiteiras. São executivos suspeitos de participar de um esquema de desvios de recursos em contratos firmados com a Petrobrás.
Em discurso de vinte minutos, Mercadante falou do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), do Programa Universidade para Todos (Prouni), de segurança pública e do "grande pronto de estrangulamento na infraestrutura". O ministro, contudo, evitou a imprensa quando foi questionado sobre a Lava Jato. "Muito obrigado", disse, em resposta a como o Palácio do Planalto viu a prisões de empresários e executivos. Na "Juízo Final" também foi preso o ex-diretor de Serviços da petroleira Renato Duque. Ao todo, foram nove as empresas que foram alvo das mais recentes investigações: Camargo Corrêa, OAS, Odebrecht, UTC, Queiroz Galvão, Engevix, Mendes Júnior, Galvão Engenharia e Iesa Óleo e Gás.
Embora na abertura de seu discurso Mercadante tenha cumprimentado a imprensa, o ministro desviou de jornalista logo na entrada do Seminário "Pacto pela Boa Governança: Um Retrato do Brasil", organizado pelo TCU. Ao ser questionado se já havia uma data para o anúncio do novo ministro da Fazenda (prometido pela presidente Dilma Rousseff para depois da reunião do G-20, na Austrália), Mercadante foi ríspido: "Pode perguntar para ela (
Dilma
), que ela vai te responder na hora".
O evento promovido pelo TCU, que contou com a presença de autoridades dos Poderes Legislativo e Executivo, tinha por objetivo discutir como melhorar a gestão de órgãos da administração pública e evitar desvios de recursos. Outras autoridades presentes também evitaram falar sobre as acusações envolvendo a Petrobras durante os debates no palco do evento, mas responderam a questionamentos da imprensa, caso do presidente em exercício da República, Michel Temer.
Mais cedo, Temer afirmou que a presidente deve tomar até o fim do ano deliberações sobre mudanças na diretoria da Petrobras em razão das denúncias de corrupção que envolvem a estatal. "A presidente tomará as deliberações agora ou no final do ano em relação a esta matéria (
mudança da diretoria da Petrobras
)", disse o vice-presidente.