Além dos valores que serão devolvidos pelos suspeitos, na última etapa da Operação Lava a Jato, que teve como alvo executivos de nove grandes empreiteiras – que, segundo as investigações, teriam formado um “clube” para abocanhar contratos com a estatal, pagando propina a diretores da Petrobras e a políticos do PT, PP e PMDB –, foram apreendidos bens dos suspeitos avaliados em cerca de R$ 720 milhões.
O doleiro Alberto Youssef – que seria representante do PP no esquema e responsável pela movimentação financeira do “clube” para dar fachada legal aos recursos –, comprometeu-se a devolver R$ 55 milhões. No núcleo das empreiteiras, também prometem devolver recursos Júlio Camargo e Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, executivos da Toyo Setal Empreendimentos, que oferecem R$ 70 milhões.
Para se ter ideia dos valores desviados no esquema, basta ver a relação do patrimônio apreendido de Costa no dia de sua prisão: US$ 23 milhões em contas bancárias na Suíça em nome de parentes ou empresas controladas que praticavam atividade criminosa; US$ 2,8 milhões em conta no Royal Bank of Canada, em Cayman; lancha Costa Azul avaliada em R$ 1,1 milhão; terrenos em Mangaratiba, no Rio de Janeiro, avaliados em R$ 3,2 milhões; R$ 762 mil, US$ 181 mil e 10.850 euros em espécie apreendidos em sua casa; além de uma caminhonete Range Rover Evoque que ele recebeu de presente do doleiro Alberto Youssef avaliada em R$ 300 mil.
Esquema
De acordo com as investigações, as obras da Petrobras eram entregues a empreiteiras que participavam do esquema, assinando contratos superfaturados. Os valores excedentes eram destinados a partidos políticos por meio de diretores da estatal indicados por eles.
A devolução dos recursos ao cofres públicos foi uma das promessas de campanha da presidente reeleita Dilma Rousseff. Em outubro, ao admitir pela primeira vez a existência de desvios na Petrobras, a petista defendeu a cobrança dos valores..