Morador do Rio de Janeiro, Baiano está foragido desde sexta-feira, quando a Polícia Federal bateu à porta de dois imóveis dele na Barra da Tijuca, na tentativa de prendê-lo na sétima fase da Operação Lava a Jato. Desde que a investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal se tornou pública, em março, o lobista passou a temer a prisão. A peemedebistas, chegou a falar sobre a possibilidade de acordo de delação premiada. O advogado Mário de Oliveira Filho diz que recomendou ao cliente que não se entregasse à polícia, pois considera a prisão ilegal.
De acordo com a defesa, Baiano se exercitava na Barra da Tijuca na manhã de sexta-feira. Ele era dono da Academia da Praia, no bairro carioca, que foi vendida para o empresário Alexandre Accioly e se tornou a Bodytech. Moreno, de estatura mediana, Baiano tinha bom trânsito na Petrobras, especialmente com os ex-diretores Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, de acordo com os delatores da Lava a Jato. “O Fernando Soares operava com Paulo Roberto Costa”, disse o doleiro Alberto Youssef à PF. Já Costa disse que Baiano atuava na Diretoria Internacional, sob comando de Cerveró.
Contatos
Frequentador de restaurantes caros no Rio de Janeiro, Baiano é apontado no Congresso como conhecido do líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ). O deputado, que pleiteia a Presidência da Casa, nega qualquer vínculo. Na Petrobras, ele era procurado por empreiteiras que tinham a intenção de fechar contratos com a empresa. De acordo com as investigações, negociava com políticos e os ex-diretores citados e recebia pagamento por operações bem-sucedidas.
O empresário é sócio de pelo menos três empresas. A PF investiga se Baiano as usava para o esquema de corrupção na Petrobras. “Júlio Camargo (empresário da Toyo Setal) ainda relata, em detalhes, episódio de pagamento de propinas por intermédio de Fernando Soares à Diretoria Internacional da Petrobras na aquisição de sondas de perfuração, inclusive revelando a forma de pagamento e a utilização, por Fernando Soares, para recebimento de saldo de US$ 8 milhões em propina das contas das empresas Techinis Engenharia e Consultoria S/C Ltda. e Hawk Eyes Administração de Bens Ltda.”, registra despacho da Justiça Federal, citando duas das empresas de Baiano..