Questionado se a CGU entraria com o processo administrativo contra a Petrobras, Hage respondeu não ver motivo para tal medida. "Não tem nenhum fundamento", afirmou.
Já com relação às empreiteiras, que passaram a ser investigadas mais a fundo na mais recente fase da Operação Lava Jato, a Juízo Final, o ministro afirmou que a CGU provavelmente encaminhará processos administrativos e que o órgão aguarda apenas receber mais informações da Polícia Federal. "Concluída a análise desses elementos, vamos instaurar processos, muito provavelmente contra várias dessas empreiteiras, se não contra todas", afirmou.
Hage disse que a CGU já entrou com seis processos, até aqui contra pessoas físicas, e entra agora com um processo contra empresa - a holandesa SBM Offshore, investigada fora do âmbito da Lava Jato. O ministro disse ter assinado nesta segunda a portaria para iniciar o processo contra a SBM. Segundo Hage, a CGU não conseguiu firmar um acordo com a Holanda para compartilhamento de provas na investigação, mas reuniu material suficiente para abrir o processo de forma independente.
Acordos de leniência
No evento, que debate a lei anticorrupção, Hage afirmou que a legislação - em vigor desde janeiro, mas ainda não regulamentada - pode ter efeito retroativo. Ao falar com jornalistas, após a palestra, ele esclareceu que essa retroatividade se restringe à questão do acordo de leniência e não às sanções, como multa e interdição de empresas corruptoras.
O ministro revelou que empreiteiras investigadas na Lava Jato já procuraram a CGU para falar de possíveis acordos, mas afirmou que, como os acordos ainda não foram firmados, não poderia dizer quais empresas nem quando contataram a controladoria.
Inidoneidade
Sobre a possibilidade de as empreiteiras envolvidas serem declaradas inidôneas, o que, segundo alguns especialistas, poderia levar a uma paralisação geral de obras no País, Hage disse não ver um cenário tão negativo.
O ministro-chefe disse ainda que, em todo caso, a recomendação da CGU é, em se confirmando que houve sobrepreço, os contratos sejam repactuados, para corrigir os valores. "O contrato atual só deve seguir se for repactuado." Ontem a diretoria da Petrobras disse que não pretende paralisar contratos, mas renegociá-los para corrigir possíveis irregularidades..