Jornal Estado de Minas

Oposição quer anular reunião que aprovou proposta que altera LDO

Agência Brasil
Depois de mais de uma hora reunidos com os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), líderes da oposição nas duas Casas saíram irredutíveis e anunciaram que não farão acordo e vão tentar impedir qualquer votação no Congresso, caso a reunião da Comissão Mista de Orçamento (CMO) da noite dessa terça-feira (18) não for cancelada.

“A primeira providência que o presidente do Congresso tem que adotar é anular a sessão de ontem.
Essa comissão se reuniu de forma ilegal, sem a presença do nímero mínimo de senadores no início, sem atas de reuniões anteriores e com outros descumprimentos do Regimento do Congresso Nacional, como a quebra de intertício que exige votação individual de todos os membros da Câmara e do Senado”, explicou Mendonça Filho, líder do DEM na Câmara.

Foi durante esta sessão, marcada por impasse e tumultos, que a base governista conseguiu aprovar a proposta que modifica a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) para ampliar o abatimento da meta de superávit primário para 2014 (PLN 36/14), enviada pelo governo.

Para a base governista avançar com a proposta precisa da aprovação no plenário do Congresso que está com a pauta trancada por 38 vetos presidenciais e projetos de lei como o (PLN 5/2014) que altera a lei sobre as diretrizes para a elaboração e execução da Lei Orçamentária de 2014 e o que créditos orçamentários para os ministérios. Apenas com a deliberação dessas matérias, seria possível abrir caminho para a votação do reajuste do superavit.

“Só pode entrar depois dos vetos e os vetos têm que ser apreciados um a um. Só a bancada do DEM tem mais 13 destaques relacionados aos 38 votos. Vamos exigir que seja um a um”, antecipou Mendonça, que também afirmou que a bancada da oposição está preparando o mandado de segurança que será entregue no Supremo Tribunal Federal para tentar, externamente, anular o resultado, caso Renan não acate a exigência do grupo.

Mas, parlamentares do Democratas, PSDB, PPS e Solidariedade, que lideraram a resistência, garantiram que a o movimento de obstrução será total, o que pode comprometer todos os processos legislativos na Câmara e no Senado. E a estratégia já provocou resultados mesmo antes da sessão do Congresso. Na Câmara, todas as reuniões deliberativas de comissões marcadas para a manhã desta quarta-feira (19) foram obstruídas e nenhum projeto foi votado.

Para os críticos da revisão da meta, a medida é uma “anistia a presidente Dilma de suas responsabilidades perante a Constituição Federal, a Lei deResponsabilidade Fiscal 101/2000, e a lei que define o Crime de Responsabilidade 10.079/1950”.

“Não seremos sócios da irresponsabilidade fiscal da presidenta Dilma ”, concluiu Beto Albuquerque, líder do PSB na Câmara. Como a discussão com líderes da oposição e do governo ficou inviável dentro da sala da presidência do Senado, Renan e Alves tiveram que dividir as negociações e estão agora reunidos com líderes aliados do Planalto..