A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista da Petrobras abriu nesta quarta-feira audiência pública para discutir o regime de contratações realizado pela estatal. O pedido para fazer o encontro havia sido proposto pelo relator da comissão, deputado Marco Maia (PT-RS), no início do mês. Os parlamentares discutem propor mudanças, no relatório final das investigações, na legislação usada pela Petrobras para realizar as contratações.
Cada um dos convidados terá dez minutos para fazer sua exposição inicial. Depois os parlamentares poderão fazer perguntas aos convidados. Na sexta-feira (14), dia da deflagração da sétima fase da Operação Lava Jato, que levou a prisão dirigentes de grandes empreiteiras do País, o presidente da CPM mista, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), disse, em entrevista, que é preciso que sejam tomadas providências para que fatos semelhantes não ocorram novamente.
Vital defendeu uma ampla discussão do processo de licitações públicas feitas no País e, em especial, na Petrobras. Atualmente, a estatal usa o decreto 2.745 em suas contratações e não a Lei de Licitações (8.666/1993). A CPI mista deve discutir, em seu relatório final, uma proposta legislativa de alteração da forma de contratação realizada pela Petrobrás.
Ontem, uma articulação da oposição com a base aliada na CPI mista levou a aprovação da quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Entre outras iniciativas, a comissão também aprovou uma bateria de convocações para tentar ouvir envolvidos no escândalo da estatal, como o presidente licenciado da Transpetro, Sérgio Machado, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e quer ainda promover uma acareação entre o ex-diretor de Abastecimento da companhia Paulo Roberto Costa e o ex-diretor da Área Internacional da empresa Nestor Cerveró.