A demissão do funcionário ligado à Diretoria de Engenharia ocorreu como resultado de investigação de uma comissão interna da estatal que identificou supostos desvios de recursos em contratos com empreiteiras ligadas às obras da Refinaria do Nordeste (Rnest), em Pernambuco, e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
Segundo uma fonte ligada à empresa, o funcionário demitido era ligado ao ex-diretor Renato Duque. A fonte, contudo, não revelou o nome do exonerado, que estaria lotado no centro de pesquisa da Petrobras (Cenpes).
A demissão ocorreu enquanto a Polícia Federal tomava depoimentos de executivos de empreiteiras presos na última sexta-feira, no mesmo dia da detenção de Duque, ex-diretor de Engenharia. Alguns suspeitos estariam ligados ao funcionário demitido e na lista de demissões da empresa, segundo a fonte.
Obra apenas com propina
O advogado Mário Oliveira Filho, que defende o lobista Fernando Baiano, afirmou ontem que não se faz obra pública no Brasil sem “acerto” e que quem nega isso “desconhece a história do país”. Um dos 24 presos na Operação Lava a Jato, Baiano se entregou ontem na sede da Polícia Federal em Curitiba. O depoimento dele, marcado para ontem, foi adiado para amanhã. “O empresário, se porventura faz alguma composição ilícita com político para pagar alguma coisa, se ele não fizer isso não tem obra. Pode pegar qualquer empreiterinha e prefeitura do interior do país. Se não fizer acerto (com políticos), não coloca um paralelepípedo no chão”, disse Filho. Apesar da declaração, ele negou que seu cliente tenha intermediado pagamento de propina em obras da Petrobras..