O juiz federal Sérgio Moro, à frente dos processos referentes à Operação Lava a Jato, determinou o bloqueio de contas de investigados na sétima fase da operação. No total, o valor chega a R$ 45,2 milhões. O Banco Central informou ontem que cumpriu a decisão do magistrado, que afeta 16 pessoas e três empresas por envolvimento no escândalo da Petrobras. O bloqueio não significa, automaticamente, culpa dos envolvidos, mas uma medida de precaução para eventuais ressarcimentos de prejuízos causados. Em outro documento, o juiz proibiu que 11 dos investigados viajem ao exterior (leia na página 6).
Uma das empresas do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, a Hawk Eyes Administração de Bens, tinha saldo de R$ 6,5 milhões. Já a Technis teve R$ 2 milhões congelados. O lobista apontado como operador da cota do PMDB no esquema de corrupção, por sua vez, tinha R$ 8.873,79 nas contas pessoais. Nas contas bancárias de Erton Medeiros Fonseca, da Galvão Engenharia, e Valdir Lima Carreiro, presidente da Iesa, o Banco Central não localizou qualquer valor. O diretor-financeiro da UTC, Walmir Pinheiro Santana, e o diretor-presidente da Construtora Queiroz Galvão, Ildefonso Colares Filho, tiveram os menores montantes bloqueados: R$ 10 mil e R$ 7.511, respectivamente.
Da OAS, entraram na lista o presidente, José Aldemário Pinheiro Filho; o diretor-presidente da Área Internacional de Petróleo e Gás, Agenor Franklin Magalhaes Medeiros; e o funcionário José Ricardo Nogueira Breghirolli. Da Camargo Correa, tiveram saldos embargados o presidente, Dalton dos Santos Avancini, o vice-presidente, José Hermelino Leite, e o presidente do Conselho de Administração, João Ricardo Auler.
mais dinheiro O ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, disse à Polícia Federal, em depoimento em Curitiba, que recebeu pelo menos R$ 1,6 milhão da empreiteira UTC Engenharia, após deixar o cargo na estatal, em abril de 2012. Mas negou ter recebido propinas.
Duque afirmou que a remuneração deveu-se a uma consultoria: “auxiliou no processo para que a UTC se capacitasse para participar como operadora” em determinada área de produção de energia”, diz o inquérito.
VALORES RETIDOS
Quem teve contas bloqueadas
» Agenor Franklin Magalhães Medeiros (diretor-presidente da Área Internacional da OAS)
R$ 46.885,10
» Dalton dos Santos Avancini (presidente da Camargo Corrêa)
R$ 852.375,70
» Eduardo Hermelino Leite (vice-presidente da Camargo Correa)
R$ 463.316,45
» Erton Medeiros Fonseca, diretor-presidente de Engenharia Industrial da Galvão Engenharia
Saldo zerado
» Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano (lobista apontado como operador da cota do PMDB no esquema de corrupção)
R$ 8.873,79
» Gerson de Mello Almada (vice-presidente da Engevix)
R$ 20 milhões
» Ildefonso Colares Filho (ex-diretor-presidente da Queiroz Galvão)
R$ 7.511,80
» João Ricardo Auler (presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa)
R$ 101.604,14
» José Aldemário Pinheiro Filho (presidente da OAS)
R$ 52.357,15
» José Ricardo Nogueira Breghirolli (funcionário da OAS)
R$ 691.177,12
» Othon Zanoide de Moraes (diretor-executivo da Queiroz Galvão)
R$ 166.592,14
» Renato de Souza Duque (ex-diretor de Serviços da Petrobras)
R$ 3.247.190,63
» Ricardo Ribeiro Pessoa (presidente da UTC)
R$ 10.221.860,68
» Sérgio Cunha Mendes (diretor-vice-presidente-executivo da Mendes Junior)
R$ 700.407,06
» Valdir Lima Carreiro
(diretor-presidente da Iesa)
Saldo zerado
» Walmir Pinheiro Santana (responsável pela UTC Participações)
R$ 9.302,59
EMPRESAS
» Hawk Eyes Administração de Bens R$ 6.561.074,74
» Technis Planejamento
e Gestão em Negócios
R$ 2.001.344,84
» D3TM Consultoria e Participações R$ 140.140,69