Os relatos do engenheiro civil Angelo Alves Mendes, diretor vice-presidente de Assuntos Corporativos, e do engenheiro eletricista Rogério Cunha de Oliveira, diretor de Área de Óleo e Gás da construtora, confirmam a versão do vice-presidente executivo da Mendes Júnior, Sérgio Mendes, preso dia 20 pela Operação Juízo Final, sétima fase da Operação Lava Jato.
Mendes disse à PF que foi “pressionado” a pagar aquele valor para o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa e para o doleiro Alberto Youssef.
Segundo Oliveira, o doleiro ameaçou que o então diretor de Abastecimento da estatal “não mais convidaria a Mendes Jr. para participar das próximas obras”. O doleiro teria exigido da Mendes Júnior, “a título de propinas um porcentual que variava de 2.2% a 2.4% de três termos aditivos dos contratos referentes à obras do Terminal Aquaviário de Barra do Riacho e um termo aditivo referente à obra da Replan, em Paulínia (SP)”.
Oliveira afirma que o doleiro “recebeu de propinas em torno de R$ 8,1 milhões”. O pagamento era depositado na conta das empresas de Youssef, que emitia nota fiscal em favor da Mendes Júnior. “Os contratos com a GFD e Rigidez foram entregues na sede da Mendes Jr.
“A Mendes Júnior teve que ceder ao pedido de pagamento da propina porque poderia não ser mais convocada para obras da Petrobrás”, disse Oliveira. “A Petrobrás tinha uma dívida em torno de R$ 250 milhões a R$ 300 milhões com a Mendes Jr por serviços já concluídos.”
Ele reconheceu a existência de três contratos e um aditivo com a GFD nos valores de R$ 1 milhão, R$ 1,2 milhão, R$ 2,7 milhões e R$ 1.020 milhão. Com a Rigidez foi fechado contrato de R$ 2,108 milhões. “Os serviços não foram prestados e os contratos foram formalizados apenas para dar cobertura contábil aos valores exigidos a título de propina por Youssef. Soube depois que tais pagamentos enquadravam-se no sistema de cobrança de comissões de Paulo Roberto Costa.”.