Diferentemente da última eleição para a presidência da Câmara Municipal, quando o PSDB rachou e lançou dois candidatos, a disputa no próximo dia 12 de dezembro está polarizada entre os dois grupos políticos que também se enfrentam no plano estadual. De um lado, o vice-presidente Wellington Magalhães (PTN) tem o apoio do prefeito Marcio Lacerda (PSB), do seu líder na Casa, o vereador Preto (DEM), do PSDB e de partidos menores. De outro, Juninho Paim (PT), indicado pela bancada do seu partido, começa a sua campanha tendo por aliados o PCdoB e o PMDB.
Amigo pessoal do secretário de Estado de Governo, Danilo de Castro (PSDB), Magalhães recebe também o apoio do único remanescente tucano na Casa, o vereador Henrique Braga. Em janeiro do ano passado, Braga disputou a presidência da Câmara com o respaldo do prefeito e do presidente estadual do PSDB, o deputado federal reeleito Marcus Pestana. Braga “bateu chapa” pelo comando da Casa com Burguês, então no PSDB.
Naquela disputa, Wellington Magalhães sustentou a candidatura de Burguês. “Quem levou a bancada para votar com o Leo Burguês foi o Luís Tibet (deputado federal e presidente do PTdoB)”, explica Henrique Braga em referência ao placar apertado daquela briga entre tucanos: Burguês teve 21 dos 41 votos (leia memória). Com um voto a menos haveria segundo turno e o resultado poderia ter sido outro.
O PTdoB, que, nas eleições de 2012, elegeu três vereadores e hoje tem cinco na Casa, dos quais quatro na Mesa Diretora, desta vez está dividido. Burguês estará no campo oposto de Magalhães, carregando consigo o colega de partido Orlei. Já os demais vereadores da bancada do PTdoB – Vilmo Gomes, Veré da Farmácia e Pelé do Vôlei – devem marchar com oparlamentar do PTN.
A candidatura de Juninho Paim é embrionária. Ela foi lançada no início da semana passada pela bancada petista de seis vereadores. Politicamente ligado ao deputado federal Miguel Corrêa Júnior, presidente municipal do PT, Juninho agora se articula para conquistar o comando da Casa. “Vamos buscar apoios e outros partidos. Vou procurar todos. Vou para uma disputa leal”, afirma ele, que se reuniu na sexta-feira pela manhã com a bancada e o presidente do PT de Belo Horizonte.
Memória
Dupla candidatura tucana
Em 2013, na véspera da escolha do novo presidente da Câmara Municipal, marcada para 1º de janeiro, as articulações para definição de um nome se arrastaram durante todo o dia sem que qualquer acordo fosse fechado. Apesar de a direção do PSDB ter batido o martelo pelo nome do vereador Henrique Braga, Léo Burguês não abriu mão de batalhar pelo cargo. Do outro lado, em encontro da bancada petista e socialista, além do PDT, PV, PPS e PRB, foi escolhido em votação o nome do vereador Bruno Miranda (PDT) para disputar o cargo. A disputa envolveu ainda o prefeito Marcio Lacerda (PSB), que, apesar de ter predileção pelo nome de Miranda, significaria um rompimento com os tucanos. O PSDB cobrava do prefeito o cumprimento de um acordo feito antes das eleições em que Lacerda prometeu à legenda a direção do Legislativo. No dia seguinte, em uma reviravolta surpreendente, o vereador Léo Burguês (PSDB) venceu a queda de braço com o colega de partido Henrique Braga e foi reeleito presidente da Câmara em primeiro turno (na foto à direita, Burguês comemora a vitória com o então aliado Wellington Magalhães). A disputa foi marcada por brigas nas galerias entre partidários dos dois candidatos, precisando de intervenção dos seguranças da Casa para apartar os envolvidos em socos e pontapés. O fiel na balança para a vitória de Léo Burguês foi a bancada do PT, com a maioria se abstendo de votar.