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Estado de Minas COLUNA

Dilma demora a pôr seu time em campo


postado em 25/11/2014 06:00 / atualizado em 25/11/2014 07:58

Agora que o Cruzeiro foi campeão do Brasileirão com dois jogos de antecedência, outro campeonato ainda deve levar muitas rodadas, mas também já tem uma campeã. É o campeonato da corrupção no país, que tem atualmente a Petrobras em liderança isolada e absoluta. E o último foragido da Operação Lava a Jato, Adarico Negromonte, que já estava amarelado, se entregou à Polícia Federal em Curitiba. E talvez não seja expulso da cadeia tão cedo. Detalhe: ele é irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte.

As investigações não são uma Copa do Mundo, pelo menos por enquanto, mas já têm as suas ramificações no futebol internacional. Para preservar as companhias, a Justiça dos Estados Unidos prefere prender os envolvidos em corrupção. E é lá que está a Refinaria de Pasadena, um dos principais símbolos dos ataques aos cofres da estatal brasileira.
E, na escalação dos nomes para a reforma ministerial, a presidente Dilma Rousseff (PT) pisou na bola. Deixou vazar os nomes dos ministros que pretende pôr em campo, mas não os anunciou oficialmente. Preferiu ficar na retranca e logo passou a sofrer ataques perigosos.

O Movimento dos Trabalhadores Sem-terra (MST), que sempre gostou de distribuir caneladas, não fez diferente desta vez. Em marcação cerrada contra a escolha da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), invadiu a área adversária, ocupando uma fazenda no Rio Grande do Sul. E promete continuar a pressão, mesmo depois do apito final da juíza. Afinal, nem o PMDB aplaudiu a jogada.

E para completar, o zagueiro que Dilma quer para conter a deterioração das contas públicas, Joaquim Levy, fez subir a Bolsa de Apostas, ops, a Bolsa de Valores, mas colocou na retranca setores de seu próprio partido. Não foram poucos os petistas que torceram o nariz para a escolha, que consideram um gol contra a política econômica adotada lá trás pelo atual governo.

Nota oficial

“Neste momento, em que, no principal esporte praticado no país, os olhos de todos os brasileiros se voltam para o nosso estado, parabenizo torcedores, dirigentes e atletas do Cruzeiro Esporte Clube pela conquista do Campeonato Brasileiro de 2014, resultado da competência, do desempenho e do espírito de coletividade. Esta vitória engrandece Minas Gerais. Parabéns a todos.” Trata-se de nota divulgada pelo governador Alberto Pinto Coelho (PP), de congratulações ao Cruzeiro. Detalhe: Alberto é conselheiro Grande Benemérito do Clube Atlético Mineiro.

Acredite, se quiser

Em espaço reservado de um conhecido restaurante de Belo Horizonte, reuniram-se ontem o governador Alberto Pinto Coelho (PP), o presidente da Assembleia Legislativa, Dinis Pinheiro (PP), o senador eleito Antonio Anastasia (PSDB-MG), 12 deputados estaduais e cinco federais. E todo mundo garante que o único assunto em pauta era a final da Copa do Brasil amanhã, entre Atlético e Cruzeiro. Bem, nem todos. Para o deputado estadual pelo PTB Dilzon Mello, o mais importante é a possibilidade de o Boa Esporte, de Varginha, sua base eleitoral, subir para a primeira divisão.

Polêmica à vista

Deve voltar amanhã à pauta da Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ) a proposta de emenda constitucional (PEC) do senador Luiz Henrique (PMDB-SC), que proíbe a divulgação de pesquisas eleitorais nos últimos 15 dias de campanha eleitoral.

O parlamentar catarinense alega que as pesquisas podem interferir no resultado final das eleições. E usa o argumento dos erros cometidos por vários institutos no primeiro turno das eleições deste ano. Daí a censurá-las vai uma grande distância. E olha que o relator, senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP), deu parecer favorável à PEC.

Jogo pesado

O governo vai jogar pesado na briga com a oposição para aprovar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) com os cortes pedidos pelo Palácio do Planalto. Só para ter uma ideia: o presidente da Comissão Mista de Orçamento, deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), convocou sessão extraordinária ontem às 20h, depois de reunião do colégio de líderes. Hoje, estão convocadas uma extraordinária, uma ordinária e outra extraordinária. Amanhã, mais duas sessões extraordinárias, às 14h30 e às 18h. E de quebra, mais uma extraordinária na quinta-feira, às 10h. É guerra declarada.

Esta noite

O senador eleito José Serra (PSDB-SP) lança seu livro Cinquenta anos esta noite – o golpe, a ditadura e o exílio no XVII Congresso Brasiliense de Direito Constitucional. Será na abertura do evento, que está marcada para a noite de amanhã. Até aí, tudo bem. Só que, no dia seguinte, Serra, que detesta acordar cedo, dá palestra em painel que terá também a presença do senador eleito Antonio Anastasia (PSDB-MG), entre outros convidados. O problema, que não incomoda Anastasia, é que o evento está marcado para as 9h. Percebeu o detalhe do título do livro? Cinquenta anos esta noite...

Pingafogo

A Comissão Mista de Orçamento do Congresso promove amanhã debate sobre obras com indícios de irregularidades. Entre outros convidados, está o presidente do Tribunal de Contas da União TCU), Augusto Nardes, e representantes do governo.

Indícios de irregularidades em obras? Não dá para resistir. Em pleno escândalo na Petrobras e com duas comissões parlamentares de inquérito (CPIs) em andamento, parece o país da piada pronta.

Antes previsto para quinta-feira, o encontro do senador Aécio Neves (PSDB-MG) com tucanos mineiros será provavelmente transferido para sexta-feira de manhã. E deve reunir parlamentares e militantes do PSDB.

O encontro tem o objetivo de avaliar a campanha de segundo turno – e é claro que Aécio vai agradecer o empenho, embora não tenha tido bom resultado. E olhar para frente, falando de uma visão de futuro para o Brasil e para Minas.

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) não desiste. Muito antes pelo contrário, insiste. Voltou a ocupar a tribuna do Senado para atacar a imprensa e defender a regulação da mídia e o que chama de monopólio da informação.

Pelo menos uma empreiteira mostrou comprovantes de pagamentos de propina pagos à Petrobras. Uma bagatela de R$ 8,8 milhões. Propina com recibo. Se faltava alguma coisa neste escândalo, não falta mais.


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