Delatores indicaram a existência de pelo menos US$ 189 milhões (R$ 482 milhões na cotação de ontem) no exterior em contas de Paulo Roberto, Duque, Baiano e do ex-gerente de Serviços Pedro Barusco. Entretanto, isso não quer dizer que todo o valor será obtido já. A maior esperança da força-tarefa é obter os US$ 23 milhões que Paulo Roberto Costa diz ter recebido da construtora Odebrecht como propinas – a empreiteira nega os pagamentos.
Investigação nos EUA
A Petrobras admitiu pela primeira vez que é investigada pela Securities and Exchange Commission (SEC), reguladora do mercado de capitais nos EUA. A estatal está sujeita à regulação -norte-americana porque negocia papéis na Bolsa de Nova Yokr, a Nyse. Conforme um comunicado enviado ontem ao mercado, a estatal informa que recebeu requerimento da SEC “relacionados a uma investigação” do regulador americano, o que indica que a apuração está ligada às denúncias de pagamento de propina envolvendo ex-diretores e executivos de empresas.
No comunicado, a companhia afirma que enviará aos EUA informações obtidas pela investigação independente feita em conjunto pelo escritório brasileiro Trench, Rossi e Watanabe, e o pelo norte-americano Gibson, Dunn & Crutcher. Os dois foram contratados em outubro, por orientação da PricewaterhouseCoopers (PwC), que faz auditoria de balanços da Petrobras.
Em páginas na internet, os dois escritórios, especializados em legislação anticorrupção, citam a Foreign Corrupt Practice Act (FCPA), que estipula pesadas multas e punição a empresas estrangeiras que negociam títulos nos EUA flagradas em corrupção.
Em 16 de outubro, a PwC enviou carta à Petrobras demostrando estar preocupada com o envolvimento de ex-diretores com a corrupção investigada pela Operação Lava a Jato..