O Ministério Público da Suíça confirmou nesta terça-feira que está disposto a colaborar nas investigações de suposto desvio de dinheiro da Petrobras para contas no país europeu. Em uma nota de imprensa publicada nesta terça, a autoridade suíça explica que se reunirá com procuradores brasileiros "com objetivo de discutir a colaboração entre os dois países no contexto do caso Petrobras".
Na nota, os suíços informaram que será discutido, na reunião, como facilitar o acesso aos brasileiros das movimentações bancárias realizadas pelos investigados pela polícia. De acordo com o Ministério Público suíço, o encontro tratará "em particular da execução da demanda de assistência das autoridades brasileiras".
Os executivos citados no escândalo da Petrobras estão sendo investigados criminalmente na Suíça por lavagem de dinheiro, mas as autoridades locais não informam os nomes das pessoas sob investigação. O processo corre sob segredo de justiça.
As movimentações bancárias suspeitas foram localizadas pelas autoridades em Berna. "O escritório do Procurador-Geral da Suíça iniciou uma investigação criminal relacionada a ofensas de lavagem de dinheiro no dia 11 de abril de 2014", indicou o Ministério Público em nota oficial.
De acordo com os suíços, não foi a Justiça brasileira que pediu ajuda para os suíços, mas o contrário. "Durante as investigações, o escritório do Procurador-Geral pediu a assistência das autoridades brasileiras, submetendo a eles um pedido de assistência mútua legal em assuntos criminais", explicou o Ministério Público.
A previsão de promotores ouvidos pelo Estado é que a conclusão da investigação e eventual indiciamento ocorram em 2015. Segundo a lei, se condenados, os envolvidos no caso poderiam pegar entre três e cinco anos de prisão. Os executivos seriam detidos se viajassem para a Europa. Os suíços ainda poderiam solicitar que eles cumprissem prisão no Brasil.
A Operação Lava Jato também identificou depósitos de empresas investigadas por supostos desvios na Petrobras em contas na Suíça atribuídas ao doleiro Alberto Youssef. Algumas transferências teriam ocorrido até 2014, antes da deflagração da Lava Jato, em março.