"Os rumores de indicação de Joaquim Levy e Kátia Abreu para o Ministério sinalizam uma regressão da agenda vitoriosa nas urnas. Ambos são conhecidos pela solução conservadora e excludente do problema fiscal e pela defesa sistemática dos latifundiários contra o meio ambiente e os direitos de trabalhadores e comunidades indígenas", diz a petição, que também exige a participação social na escolha dos novos ministros.
Nenhum dos dois nomes foi oficializado pelo governo federal. O anúncio dos novos ministros deve ocorrer na semana que vem. A indicação de Kátia Abreu sofre resistências do próprio PMDB, que prefere um nome ligado à bancada do partido na Câmara e contabiliza a possível nomeação da senadora na cota pessoal da presidente. "As propostas de governo foram anunciadas claramente na campanha presidencial e apontaram para a ampliação dos direitos dos trabalhadores e não para a regressão social. A sociedade civil não pode ser surpreendida depois das eleições e tem o direito de participar ativamente na definição dos rumos do governo que elegeu".
"A oposição não deu tréguas depois das eleições, buscando realizar um terceiro turno em que seu programa saísse vitorioso. A presidenta eleita parece levar mais em conta as forças cujo representante derrotou do que dialogar com as forças que a elegeram", subscrevem os descontentes com as indicações feitas pela presidente.
O manifesto conta com apoio de nomes e entidades que tiveram papel importante na campanha como o teólogo Leonardo Boff, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, o coordenador do Movimento dos Sem Terra João Pedro Stédile e o cientista político André Singer, porta-voz da Presidência no governo Luiz Inácio Lula da Silva..