Levy, que hoje está no Bradesco, foi aluno de Armínio Fraga, que coordenou o programa econômico de Aécio durante a campanha presidencial e seria a escolha para a pasta caso o tucano tivesse sido eleito. O comentário de Aécio ocorreu logo após fazer um duro pronunciamento contra a articulação dos governistas de votar, em bloco, os 38 vetos presidenciais que trancam a pauta do Congresso. A apreciação desses vetos é pré-requisito para que deputados e senadores votem o projeto que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014, ampliando o abatimento da meta de superávit primário.
Aos jornalistas, Aécio chamou Levy de "amigo pessoal". O futuro ministro da Fazenda - que deve assumir o cargo após a aprovação do projeto que altera a LDO de 2014 - teve uma formação acadêmica alinhada ao pensamento econômico ortodoxo e teve passagem pelo Executivo no segundo mandato do governo Fernando Henrique Cardoso. Em 2000, ele foi nomeado Secretário-Adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda e, no ano seguinte, assumiu o cargo de economista-chefe do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Ele também foi secretário do Tesouro no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.
Desde a sexta-feira da semana passada, o indicado foi bombardeado nos bastidores pelo PT de Dilma. Ontem, contudo, quadros do partido passaram a defender a nomeação de Levy.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), saiu em defesa das primeiras escolhas de Dilma para o primeiro escalão do seu segundo mandato, mas destacou que Dilma é a responsável por conduzir o governo em todas as áreas, não significando que se trata de "terceirizar" a gestão. Humberto Costa disse que "todos" estão confiantes na condução de Levy da política econômica do próximo mandato da presidente, caso ele venha a ser confirmado como titular da pasta. "Dos nomes aí postos, quero ressaltar o nome de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda, sobre o qual muitos têm tentado disseminar um ambiente de mal estar entre ele e o PT", afirmou Costa..