O governador de Minas, Alberto Pinto Coelho (PP); de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB) se reuniram nesta quinta-feira para tratar de soluções para a crise hídrica na Região Sudeste. A audiência foi realizada com a participação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, e a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. No encontro, ficou estabelecido que os administradores estaduais terão até o dia 28 de fevereiro de 2015 para apresentar um plano sobre as intervenções necessárias para solucionar a crise de abastecimento. A reunião foi motivada por polêmica envolvendo a transposição das águas do Rio Paraíba do Sul.
A disputa pela água levou o Ministério Público Federal (MPF) a emitir uma ação ajuizada contra a União, a ANA, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O MPF tenta impedir a ANA de autorizar a Sabesp de captar água no Paraíba do Sul para abastecer o Sistema Cantareira.
De acordo com Alberto Pinto Coelho, o encontro permite que os estados relembrem sua característica de “solidariedade” nacional . “Sábia a decisão do STF que no seu bojo remete ao princípio de solidariedade que rege os Estados membros e define a instância administrativa e o concurso dos órgão técnicos estaduais e federais de meio ambiente e recursos hídricos, que devem analisar as demandas de transposição assegurando também visão de longo prazo e dos reflexos em toda calha do rio Paraíba do Sul”, afirmou, ao final da reunião.
O governador do Rio, que no início do mês pediu à Agência Nacional de Águas (ANA) para não autorizar a transposição, deixou a reunião afirmando que a conversa foi importante para "transformar esse limão numa limonada", numa referência à disputa com São Paulo. "Ninguém quer prejudicar nenhum Estado", disse Pezão.
Já Alckmin disse que saía "confiante" de que o projeto que será apresentado em três meses irá "garantir a vazão do Rio de Janeiro" no Paraíba do Sul, que forma a Represa do Funil no lado fluminense e representa cerca de 83% do abastecimento na cidade do Rio de Janeiro.
O ministro Luiz Fux, do STF, negou pedido de liminar feito pelo MPF na ação no início de novembro.
Projeto
A proposta de transposição foi elaborado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e técnicos da Universidade de São Paulo (USP). A obra estimada em R$ 830 milhões precisa do aval da ANA.
Caso o órgão federal autorize o projeto, a Sabesp poderá retirar uma média de 5 mil litros de água por segundo do Paraíba do Sul. A captação tem o objetivo de aumentar os níveis de garantia do Sistema Cantareira, a partir de uma obra interligando as Represas Jaguari e Atibainha.
O projeto é uma das oito obras apresentadas pelo governo paulista ao governo federal para conseguir parte dos R$ 3,5 bilhões previstos. Mas a transição sofre resistência dos governos do Rio de Janeiro e de Minas Gerais.
Com Agência Estado.