No início do ano, os suíços iniciaram sua própria investigação e identificaram como as contas encontradas tinham relação direta com projetos da Petrobras, como a construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e a compra de Pasadena, no Texas (EUA). Costa poderá responder a um processo de lavagem de dinheiro na Suíça.
No total, cinco contas em nome do ex-executivo da Petrobras foram encontradas com um total de US$ 26 milhões depositados. Esses recursos serão repatriados ao Brasil e depositados em uma conta que será administrada de forma conjunta pelo MP e pelo Supremo Tribunal Federal, após um acordo entre autoridades dos dois países.
Mas é o que indicam os extratos e nomes de quem fez os depósitos que mais chama a atenção do grupo de investigadores brasileiros. O conteúdo dos extratos, quem alimentou as contas na Suíça e quem recebeu o dinheiro estão sendo mantidos em total sigilo enquanto a delegação brasileira estiver em Lausanne.
Fontes no Ministério Público da Suíça disseram à reportagem que os brasileiros retornarão ao País com “munição” para dar início à etapa final da investigação. Entre os nomes buscados estão Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano e apontado nas delações como operador do PMDB, além de empresas e intermediários.
Os documentos foram liberados pelos bancos suíços por exigência da Justiça, que acumula um verdadeiro dossiê sobre como funciona o pagamento de propinas no Brasil.
A expectativa é de que essa não será a única ida à Suíça do grupo de procuradores brasileiros - Orlando Martello, Deltan Dallagnol e Eduardo Pelella. Diante do saldo positivo da viagem, os procuradores também fornecerão informações para o processo que corre na Suíça e devem retornar à Lausanne nos próximos meses..