Apesar de afirmar que não tem "nenhuma informação" sobre quem ocupará a pasta no próximo mandato da presidente Dilma Rousseff (PT) ou quando será o anúncio oficial, Carvalho disse não enxergar a confirmação do nome da presidente da Confederação Nacional da Agricultura como uma contradição à história do PT e à militância, apontada por setores do partido como a responsável pela vitória da petista no segundo turno da eleição presidencial.
"Não vejo (como um problema) porque, se você analisar de 2003 até agora, quem ocupou o Ministério da Agricultura não tem nenhum perfil progressista.
Sobre a Operação Terra Prometida, da Polícia Federal, que investiga dois irmãos do atual ministro da Agricultura, Neri Geller, Gilberto Carvalho afirmou não temer reflexos sobre, por exemplo, a reforma agrária, e citou a Petrobras. "Não abala em nada", disse. "Primeiro porque temos de esperar a conclusão desses processos e a formulação das acusações efetiva e, se constatadas, aí sim as pessoas serão culpadas. Por enquanto, elas são apenas acusadas. Segundo porque o processo de reforma agrária não passa por esse tipo de comportamento, se é que ele existiu.
O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência voltou a defender as confirmações de Joaquim Levy como novo ministro da Fazenda e de Nelson Barbosa no Planejamento. "Eu não vejo nenhum problema (nos nomes). Acho que tem de ser uma questão muito clara que quem governa é a presidenta, não é o ministro. Ministro não tem autonomia para fazer uma política própria, ele faz uma política dirigida pela presidenta, discutida com a presidenta e, ao fim, resolvida pela presidenta."
Ainda segundo Carvalho, o que vai determinar o "respeito" à militância do PT que foi às ruas nas eleições "são os sinais concretos que o governo emitir a partir de janeiro do ponto de vista da continuidade das políticas sociais, do modelo de crescimento com distribuição de renda, da valorização do salário mínimo, enfim: daquilo que tem sido a espinha dorsal do nosso governo"..