Segundo relatos de participantes da reunião, que é fechada à imprensa, Vaccari tomou a palavra logo no início do encontro para se defender.
Vaccari, que teve os sigilos telefônico, fiscal e bancário quebrados pela CPI Mista da Petrobras, lembrou que isso não é uma novidade em sua vida, já que em 2010 a Justiça determinou a abertura de suas contas bancárias em uma investigação sobre irregularidades na Bancoop, a cooperativa habitacional do Sindicato dos Bancários de São Paulo, da qual foi diretor.
Quanto ao sigilo telefônico, Vaccari disse que a CPI só vai encontrar "ligações típicas de um tesoureiro de partido". "Eu sei o que fiz", disse ele. Vaccari foi aplaudido com entusiasmo pelos dirigentes petistas que lotavam o auditório de um hotel na capital cearense.
Na sequência, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, também fez uma defesa contundente do tesoureiro. Falcão disse que Vaccari é "uma pessoa séria" e que não existe "nada concreto" contra ele, apenas depoimentos de pessoas investigadas pela Lava Jato que aceitaram fazer acordos de delação premiada. "Nosso papel é defendê-lo", conclamou o presidente do PT. Mais uma vez a cúpula petista aplaudiu o tesoureiro em sinal de solidariedade com Vaccari.
O tesoureiro do PT foi apontado pelo doleiro Alberto Youssef e pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa como operador do PT no esquema de desvio de dinheiro da Petrobras investigado pela Lava Jato. Durante as investigações, a Polícia Federal encontrou uma planilha na qual a cunhada de Vaccari, Marice Correa de Lima, aparece como beneficiária de uma remessa de R$ 220 mil do doleiro.