O juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato na Justiça Federal do Paraná, determinou na tarde desta sexta-feira a soltura de Adarico Negromonte, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte e acusado de participar do esquema de distribuição de dinheiro e pagamento de propinas liderado pelo doleiro Alberto Youssef.
“Muito embora haja prova, em cognição sumária, de que Adarico Negromonte Filho teria participado do grupo criminoso dirigido por Alberto Youssef dedicado à lavagem de dinheiro e ao pagamento de propina a agentes públicos, forçoso reconhecer que o papel era de carater subordinado, encarregando-se de transportar e distribuir dinheiro aos beneficiários dos pagamentos”, afirma o magistrado na decisão.
Adarico teve a prisão temporária decretada na sexta-feira passada, mas se entregou à Polícia Federal na segunda-feira. Como a prisão temporária tem prazo de cinco dias e o juiz entendeu que seu papel era de “subordinado” no esquema, Adarico não teve sua prisão prorrogada ou mesmo convertida em prisão preventiva, que não tem prazo, como ocorreu com outros investigados.
“Considerando o papel subordinado, a posição do MPF, e ainda o princípio da presunção de inocência, tornando a prisão preventiva excepcional, é o caso de determinar sua soltura, sem prorrogação da temporária e ou a imposição da preventiva”, assinala Moro. Apesar de solto, Adarico terá que cumprir medidas cautelares, como a proibição de deixar o País, proibição de mudar de endereço sem autorização judicial, além de ter que entregar seu passaporte em cinco dias e comparecer a todas as etapas do processo.