Além disso, existem algumas regras que muitas vezes pegam de surpresa principalmente as novatas. Elas não são as mesmas para todas as unidades prisionais, mas basicamente proíbem roupas curtas e da mesma cor do uniforme dos presos e dos agentes penitenciários. Também não é permitida a entrada de visitantes com sapatos fechados, apenas chinelo de dedo, nem de mulheres usando sutiãs com bojo de arame ou com forro duplo ou reforçado.
Quem chega para as visitas com roupas e sapatos proibidos tem de alugar uma peça nas barracas montadas perto dos presídios. Os preços variam de R$ 3 a R$ 10, dependendo do local, e as peças quase sempre são imundas, segundo relatam os visitantes. Nesses locais, também funcionam guarda volumes improvisados em sacos, cujo aluguel custa R$ 3. Um dos administradores desse negócio é Antônio Gomes, 65 anos, que esteve preso durante 27, parte deles na Penitenciária José Maria Alckmin, em Ribeirão das Neves, por furto e tráfico. Anna Eliza Faleiro, 29 anos, advogada e militante da Pastoral Carcerária, alerta que a manutenção do vinculo familiar é um dos principais caminhos de ressocialização do preso. “A família é fundamental para reintegração, mas ele não pode marchar cadeia com o preso”, diz a jovem, usando uma expressão cunhada nos presídios..